POLÍTICA
Oposição a Trump critica tarifaço ao Brasil: 'Abuso de poder'
Carta assinada por 11 senadores americanos critica defesa de Bolsonaro às custas da economia americana
Por Da Redação

Uma carta assinada por senadores do Partido Democrata, e enderaçada ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou o tarifaço imposto aos produtos brasileiros.
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No documento, que consta com a assinatura de 11 parlamentares, o grupo classifica a medida como "abuso de poder" e que Trump estaria usando a economia norte-americana "a favor de um amigo", em alusão ao ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro.
“Caro presidente Trump, escrevemos para expressar nossa preocupação com o claro abuso de poder presente em sua ameaça de iniciar uma guerra comercial com o Brasil. Os Estados Unidos e o Brasil possuem questões comerciais legítimas para se debater, mas a sua ameaça tarifária não se dirige a isso", inicia o texto.
O grupo aponta ainda que não há déficit comercial e que os EUA teriam um superávit comercial de US$ 7,4 bilhões com o Brasil em 2024 e que um déficit comercial entre os países não ocorre desde 2007.
"Em vez disso, como afirmado na sua carta para o presidente brasileiro, a ameaça de impor tarifas obre todas as importações do Brasil e a ordem do Representante Comercial dos EUA para iniciar uma investigação visam forçar o sistema judiciário do Brasil a suspender o processo contra o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro. Interferir no sistema jurídico de outra nação soberana cria um precedente perigoso, provoca uma guerra comercial desnecessária e coloca cidadãos e empresas americanas em risco de retaliação", continuam.
A mensagem ainda aponta que usar o "peso da economia americana para interferir nesses procedimentos em nome de um amigo é um grave abuso de poder" e que Bolsonaro estaria sendo acusado de "trabalhar para minar os resultados de uma eleição democrática no Brasil e de tramar um golpe de Estado".
A suspensão do visto do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, também foi apontada como "a disposição do seu governo em priorizar sua agenda pessoal em detrimento dos interesses do povo americano".
Segundo os senadores, a relação comercial entre os países resultam na importação de mais de US$ 40 bilhões anualmente do Brasil e em 13 mil empregos diretos nos Estados Unidos e a manutenção das sanções aproximará o Brasil da China em um momento "em que os EUA precisam combater agressivamente a influência chinesa na América Latina".
Tarifaço de Trump
O presidente Donald Trump anunciou neste mês a aplicação da taxa de 50% nos produtos brasileiros exportados para o país, em reação ao que ele afirma ser uma 'perseguição' ao ex-presidente Jair Bolsonaro, de quem diz ser aliado político.
“A forma como o Brasil tem tratado o ex-presidente Bolsonaro, um líder altamente respeitado em todo o mundo durante seu mandato, inclusive pelos Estados Unidos, é uma vergonha internacional”, argumentou Trump no documento.
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