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Avaliador de imóveis: a profissão que paga R$ 15 mil/mês e você não conhecia
Descubra como corretores de imóveis estão se especializando para emitir laudos técnicos e faturar alto no aquecido mercado imobiliário de 2025

Por Joana Lopes

O aquecimento do mercado imobiliário brasileiro em 2025 abriu espaço para uma profissão que, até pouco tempo atrás, era pouco conhecida fora dos círculos técnicos: o avaliador de imóveis.
Com as vendas de imóveis novos crescendo 15,7% no primeiro trimestre deste ano, segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), a demanda por laudos técnicos confiáveis e juridicamente embasados disparou. E com ela, a valorização dos profissionais que unem conhecimento técnico, certificação e credibilidade para determinar o valor real de um bem.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Educação Profissional (IBREP), referência nacional na formação de corretores e avaliadores, um profissional com Cadastro Nacional de Avaliadores Imobiliários (CNAI) pode faturar entre R$ 800 e R$ 5 mil por laudo, alcançando média mensal de até R$ 15 mil.
“O avaliador é o profissional habilitado a determinar o valor técnico de um imóvel com base em normas reconhecidas, como a ABNT NBR 14.653. Ele atua em perícias, auditorias, partilhas e até no suporte a bancos e investidores”, explica Diogo Martins, CEO do Ibrep.
Como se tornar um avaliador de imóveis
Para exercer legalmente a função de avaliador de imóveis, é obrigatório ser corretor com registro ativo no Creci e possuir o Cadastro Nacional de Avaliadores Imobiliários (CNAI), emitido pelo Conselho Federal de Corretores de Imóveis (Cofeci). O registro garante respaldo legal e permite que o profissional atue em processos judiciais, extrajudiciais e privados.
O processo de certificação envolve curso específico com disciplinas como métodos comparativos, estatística aplicada, vistoria técnica e elaboração do PTAM (Parecer Técnico de Avaliação Mercadológica). Instituições credenciadas, como o Ibrep, oferecem formações online com suporte de especialistas.
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Segundo Nilson Araújo, presidente do Creci Bahia, essa especialização transformou o mercado ao abrir espaço para que corretores possam atuar de forma técnica e legal em um campo antes dominado por engenheiros e arquitetos.
“Até 2006, apenas engenheiros e arquitetos podiam emitir avaliações. Hoje, o corretor certificado tem prerrogativa reconhecida para realizar laudos com base em metodologia científica e normas da ABNT”, explica.

Como ganhar ainda mais
O avaliador de imóveis é requisitado em diferentes contextos, mas ganha destaque principalmente em inventários, separações judiciais e financiamentos. “Todo dia morre alguém, todo dia casais e sócios se separam. São situações que exigem uma avaliação criteriosa e imparcial”, observa Araújo.
A corretora e perita Luzia Magna confirma que a busca por avaliações técnicas cresceu diante das oscilações econômicas e da necessidade de segurança jurídica.
“Com as variações da taxa Selic e da inflação, é essencial ter avaliações precisas que reflitam os valores reais dos imóveis, evitando prejuízos nas negociações”, diz.
Além das demandas familiares e judiciais, o setor bancário e o mercado de investimentos também impulsionam a procura. Laudos técnicos são obrigatórios para garantir financiamentos e assegurar que o valor do imóvel esteja compatível com o crédito concedido.

Segredo do sucesso
Diogo Martins, do Ibrep, explica que o retorno financeiro da profissão está diretamente ligado à especialização e à reputação. “Avaliadores que dominam as normas técnicas e atuam com ética conquistam mais oportunidades”, afirma.
O ofício também representa uma alternativa de renda sólida para corretores que já atuam no mercado. Com poucos profissionais certificados, há escassez de avaliadores qualificados, especialmente em cidades médias e regiões em expansão imobiliária.
As tendências indicam que o futuro da profissão será marcado pela integração entre expertise humana e ferramentas digitais. O uso de inteligência artificial e análise de dados promete tornar os laudos mais completos e ágeis, mas, segundo Martins, “é o olhar técnico e ético do corretor que transforma dados em valor real e confiável”.
Luzia Magna concorda e destaca que o sucesso do avaliador dependerá da capacidade de interpretar dados complexos, dominar tecnologias e acompanhar as mudanças econômicas e legislativas. “Somente o profissional adaptado a esse novo cenário será valorizado”, reforça.
Com o avanço dos programas habitacionais, a valorização dos imóveis de luxo e o uso crescente da tecnologia, o avaliador de imóveis se consolida como um especialista estratégico e indispensável para o mercado, um profissional que traduz números, normas e experiências em algo essencial: o valor justo.
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