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PASSADO E FUTURO

Museu de Arte da Bahia celebra 107 anos e busca atingir novos públicos

Mais antiga instituição museológica do estado vai além das exposições e abriga de ópera a capoeira

Por Redação

23/07/2025 - 16:05 h
Corredor da Vitória abriga, desde 1982, a sede do centenário Museu de Arte da Bahia
Corredor da Vitória abriga, desde 1982, a sede do centenário Museu de Arte da Bahia -

O museu mais antigo da Bahia completa 107 anos de fundação nesta quarta-feira, 23, reafirmando sua missão de preservar a cultura mas também de olho nas novas gerações. Com novo conceito curatorial, o Museu de Arte da Bahia (MAB) amplia suas linguagens e busca maior interação com o público.

Administrado pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac), órgão vinculado à Secretaria de Cultura da Bahia (SecultBA), o MAB reúne um acervo de aproximadamente 20 mil peças, entre obras adquiridas pelo Governo do Estado e outras doadas por artistas e colecionadores, como pinturas, esculturas, mobiliário, porcelanas, fotografias, documentos e diversos objetos que ajudam a contar a história e a diversidade cultural baiana.

No período pós-pandemia, porém, o museu vem passando por uma profunda transformação em sua forma de expor e dialogar com o público. Os ambientes que reproduziam a atmosfera de residências aristocráticas e o acervo que remetia aos costumes da elite baiana do século XIX, abrem espaço para a inclusão, buscando a conexão com as demandas do presente.

Curta MAB exibe documentários e curtas-metragens que ajudam a compreender a história da Bahia
Curta MAB exibe documentários e curtas-metragens que ajudam a compreender a história da Bahia | Foto: Fernando Barbosa | IPAC

A mudança pode ser vista, e experimentada, nos novos espaços expositivos e na sala de audiovisual Curta MAB, um espaço para exibição de documentários e curtas-metragens, que pretende ampliar ainda mais a experiência com a arte no ambiente museal.

“É um orgulho estar à frente da gestão do IPAC e celebrar mais um ano do MAB, o nosso museu mãe, em plena atividade, com novo conceito, novas exposições, ações educativas, residências e ocupações, agenda semanal movimentada e programações gratuitas. Nosso compromisso é exatamente esse: preservar essa história e garantir que as novas gerações tenham um museu vivo, múltiplo, conectado com seu tempo”, diz Marcelo Lemos, diretor geral do IPAC.

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“O MAB está se abrindo para novas frentes, furar bolhas, unindo o público que acompanhava o museu quando ele tinha uma vertente mais colonial e buscando trazer aqueles que antes não se sentiam representados”, acrescenta Pola Ribeiro, diretor do Museu.

Marginalizados

A ideia de um novo conceito surgiu após a pandemia da Covid-19, quando uma reforma estrutural no telhado forçou a suspensão da antiga exposição. Com isso, abriu-se a oportunidade para repensar a missão do museu no século XXI.

A percepção era de que a expografia anterior já não representava a diversidade de públicos da Bahia. Daí veio a proposta de ampliar o discurso e valorizar os agentes historicamente invisibilizados - incluindo os artesãos, trabalhadores e artistas marginalizados.

A reformulação começou em 2015, com a abertura do auditório para atividades culturais, como óperas, capoeira, dança, teatro e música. Essa movimentação foi fundamental para consolidar um espaço mais democrático, onde diferentes expressões artísticas e culturais ganham visibilidade.

“O MAB não pode ser apenas um espaço de contemplação da elite. Ele precisa refletir as múltiplas Bahias que nos constituem”, afirma a historiadora Camila Guerreiro, integrante da Comissão Curatorial de Acervo do MAB.

Abordagem contemporânea

O Museu buscou parceria com universidades e convidou para compor a nova Comissão Curatorial do Acervo os professores Dilson Midlej e Alejandra Muñoz (Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia - Ufba), Joseania Freitas (professora titular do curso de Museologia da Ufba) e Lysie Reis (Universidade do Estado da Bahia - Uneb), além de Isabel Gouveia (Coordenadora de Educativo) e Celene Sousa (museóloga), ambas do MAB.

O objetivo da Comissão Curatorial é fazer uma revisão crítica de como essa coleção pode ser exibida, evidenciando questões relacionadas com preocupações atuais, como representatividade étnica, racial e de gênero. Juntos, eles vêm trabalhando em uma revisão profunda, pautada por uma abordagem contemporânea e crítica.

Entre os marcos dessa nova fase está a exposição sobre o artista Héctor Julio Paride Bernabó – Carybé, que serviu como ponto de partida para aproximar o museu do público local. A mostra foi bem recebida e revelou um movimento importante de identificação dos visitantes com a Bahia retratada por Carybé, fortalecendo o vínculo afetivo com o espaço museal. Pela primeira vez, a obra de Carybé,que integra o acervo do museu, foi exposta ao público.

A exposição “Vitória, um Corredor de Histórias” chegou para romper com padrões tradicionais, ao colocar no centro da narrativa os trabalhadores do Corredor da Vitória, uma das ruas mais emblemáticas de Salvador.

O documentário e a exposição apresentaram os relatos de seis pessoas, compartilhando suas trajetórias e vivências, com o objetivo de democratizar o acesso ao espaço e reafirmar a importância desses profissionais para a construção da história e da identidade do local no qual o MAB está inserido.

História

Criado inicialmente como Museu do Estado, o MAB surgiu com caráter enciclopédico, reunindo peças históricas, etnográficas e científicas. Fundado em 23 de julho de 1918, o museu funcionava como uma extensão do Arquivo Público, abrigando registros e objetos que ajudavam a compreender a história da Bahia desde os primeiros séculos de colonização. Coube ao historiador Francisco Borges de Barros a missão de organizar o acervo e lançar as bases do que viria a se tornar um dos mais respeitados museus do Brasil.

A trajetória do museu também é marcada por mudanças de endereço. Antes de ocupar sua atual sede no Corredor da Vitória, o MAB funcionou em prédios como o Solar Pacífico Pereira e o Palacete Góes Calmon, símbolos arquitetônicos da capital baiana. Foi apenas em 1982 que o museu se instalou no edifício neocolonial onde permanece até hoje, aberto ao público, como um importante ponto de visitação, estudo e pesquisa.

Atualmente, o MAB reúne aproximadamente 20 mil obras, de pinturas e esculturas a gravuras, mobiliário, porcelanas e documentos raros. Além disso, abriga uma biblioteca com mais de 12 mil volumes e promove exposições temporárias, cursos, palestras, oficinas, exibições de filmes e atividades educativas.

Em 2019, o reconhecimento do trabalho do Museu de Arte da Bahia se concretizou com a concessão do Diploma e Medalha de Mérito Museológico, uma homenagem do Conselho Regional de Museologia à relevância da instituição para o país.

O MAB prepara uma programação especial para ocupar o espaço até o fim do ano, em comemoração aos 107 anos de fundação. Em cartaz, teremos desde obras do fotógrafo, etnólogo e antropólogo francês Pierre Verger a novos trabalhos do artista plástico, ilustrador e fotógrafo Sergio Rabinovitz, que vai inaugurar a nova Galeria Jardim, na área externa do Museu.

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