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Programa de preservação de onças na Bahia enaltece riqueza da Caatinga

Segundo pesquisadora, a Caatinga é um dos sumidouros de carbono mais eficientes entre as florestas secas

Bernardo Rego

Por Bernardo Rego

01/04/2025 - 12:32 h
Programa do Instituto Pró-Carnívoros voltado à conservação das onças e da sociobiodiversidade caatingueira
Programa do Instituto Pró-Carnívoros voltado à conservação das onças e da sociobiodiversidade caatingueira -

A Caatinga, importante bioma para a fauna e flora, enfrenta desafios de diferentes ordens. Há uma crise hídrica e problemas sociais que atrapalham o avanço de municípios localizados nesta região.

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Contudo, o Programa Amigos da Onça, feito em parceria entre a ENGIE Brasil Energia e o Instituto Pró-Carnívoros, atua para que haja uma preservação deste importante bioma, além disso preza para que espécies de onças típicas possam se perpetuar.

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As onças que habitam a região são protegidas por esse programa a fim que a reprodução da espécie seja garantida, mas também o habitat de outros animais também seja resguardado.

O Portal A TARDE conversou com a bióloga Carolina Franco Esteves, pesquisadora associada ao Instituto Pró-Carnívoros e cofundadora do Programa Amigos da Onça, que esclareceu que um dos principais desafios é a garantia de água para esses animais.

"Trabalhar com conservação de fauna é sempre um desafio, pois envolve relações complexas entre pessoas e a fauna e flora que compartilham o mesmo território. As ações de proteção das onças na Caatinga, realizadas pelo Instituto Pró-Carnívoros por meio do Programa Amigos da Onça (PAO), enfrentam desafios ainda maiores diante das crises hídricas e das mudanças climáticas, que têm transformado regiões semiáridas em áreas áridas”, esclareceu a pesquisadora.

“Um dos principais desafios é garantir a disponibilidade de água para as onças e suas presas naturais, como veados, tatus e mocós. A degradação ambiental e a falta de recuperação de áreas afetadas por ações humanas reduzem a capacidade do bioma de reter água, impactando diretamente a sobrevivência desses animais”, acrescentou.

Ao todo, estima-se que a população desses animais na região norte da Bahia seja de 120 onças-pardas e 30 onças-pintadas na Caatinga, sendo que esta última está presente apenas na Bahia e no Piauí dentre os estados que compõem a Caatinga, o que reforça a importância dessa iniciativa. Com 12 anos de atuação, o Programa é focado não só na pesquisa e conservação desses animais, mas na promoção da convivência harmônica com as comunidades que vivem na região.

Esteves pontuou ainda que há estudos que visam a preservação da espécie que, na visão dela, são guardiãs da Caatinga. A pesquisadora revelou que as onças que vivem na região apresentam menor tamanho corporal em comparação com as onças de outros biomas (peso médio de 40-60 kg para a onça-pintada e 30-50 kg para a onça-parda), pelos das patas mais grossos (para suportar o solo quente e espinhoso) e as vibrissas (que são os bigodes) mais rígidas, que funcionam como sensores para ajudá-las a perceber melhor o ambiente. A bióloga salientou que a caça ainda é uma ameaça, por isso há necessidade de políticas públicas eficazes.

A região do Boqueirão da Onça, no norte da Bahia, de acordo com a pesquisadora, guarda um patrimônio natural, paleontológico, social e antropológico riquíssimo.

“A região abriga cavernas de grande relevância, como a Toca da Boa Vista, a maior caverna da América Latina, e um vasto acervo de arte rupestre, que contam a história das populações antigas que habitaram a região”, explicou.

“Apesar de todas essas potencialidades, a Caatinga ainda é um dos biomas menos estudados e menos protegidos do Brasil. Investir no Boqueirão da Onça significa não apenas proteger um dos últimos refúgios da biodiversidade da Caatinga, mas também explorar oportunidades econômicas mais sustentáveis, como o ecoturismo, o turismo científico, a observação de aves (birdwatching), o manejo/beneficiamento de produtos da sociobiodiversidade e o fortalecimento das culturas locais”, destacou.

No campo da saúde pública, a pesquisadora frisou ser a Caatinga um bioma rico em espécies de importância biomédica, como serpentes, insetos e aracnídeos cujas toxinas podem ter propriedades medicinais. Algumas espécies de escorpiões, por exemplo, produzem toxinas que estão sendo estudadas para o tratamento de câncer e doenças neurodegenerativas.

A respeito da atuação ENGIE Brasil na preservação do bioma, a gerente de Meio Ambiente, Karen Schröder, disse que há uma série de práticas sociais, ambientais e de governança para garantir que nossa atuação tenha impactos positivos na sociedade e no meio ambiente.

"Vimos no Instituto Pró-Carnívoros uma similaridade de valores, especialmente na atuação transparente que eles têm com a comunidade, princípio que também cultivamos. Estamos empolgados para acompanhar os desdobramentos dessa iniciativa, na qual vamos impactar positivamente a região em duas frentes, a educação e a preservação ambiental”, afirmou Shröder.

Sobre o Programa Amigos da Onça

Programa do Instituto Pró-Carnívoros voltado à conservação das onças e da sociobiodiversidade caatingueira, promovendo a convivência mais harmônica entre as comunidades que vivem na região e a fauna, dividido em dois eixos: Biologia e ecologia das onças e suas presas naturais e Dimensões humanas da conservação da fauna.

O acordo firmado prevê ações como o reconhecimento prévio da área com a equipe de campo, monitoramento dos animais e o trabalho junto às comunidades para promover a coexistência entre pessoas e onças, oferecendo educação para a conservação das espécies.

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