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OUTUBRO ROSA

Essas médicas baianas enfrentaram o câncer de mama e seguem salvando vidas todos os dias

Flávia e Marcela: mastologistas viveram o câncer na pele e hoje inspiram pacientes com esperança

Ana Cristina Pereira

Por Ana Cristina Pereira

20/10/2025 - 6:20 h
A médica mastologista Marcela Embiruçu tinha 30 anos quando recebeu o diagnóstico do câncer de mama
A médica mastologista Marcela Embiruçu tinha 30 anos quando recebeu o diagnóstico do câncer de mama -

As mastologistas baianas Flávia Rêgo e Marcela Embiruçu compartilham muito mais do que a especialidade médica. Ambas tiveram câncer de mama e usam a experiência pessoal para se fortalecer no cuidado das pacientes que passam por seus consultórios diariamente. Elas reconhecem que não foi fácil receber o diagnóstico e fazer todas as etapas do tratamento, mas têm lugar de fala para assegurar que a doença não é uma sentença e que o turbilhão vai passar.

Marcela tinha apenas 30 anos e estava iniciando a formação em mastologia, no Instituto Nacional do Câncer (INCA), no Rio de Janeiro. Voltou para Salvador, fez o tratamento, depois retomou os estudos e hoje atua no Hospital Santa Izabel, na clínica CAM e no Lar Harmonia. Também é médica emergencista do SAMU. “As pessoas me perguntavam se eu realmente ia querer trabalhar nessa área, mas acho que seria um egoísmo não trabalhar, pois sei que posso ajudar muitas mulheres”, afirma Marcela, hoje com 39 anos.

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A doutora Flávia já tinha mais de vinte anos de experiência na mastologia quando recebeu o diagnóstico, aos 47 anos. E justamente por isso e por ter descoberto o tumor em uma fase bem inicial, nos exames de rotina, que se sentiu mais tranquila. “Eu estive do outro lado, entendi o impacto do diagnóstico, o sofrimento, os trâmites, isso me torna uma médica mais empática, e consigo entender cada passo do tratamento da minha paciente, me colocando mais no lugar dela. Isso me fez crescer muito”, reconhece.

Parte da estatística

Nenhuma das duas médicas tinha histórico de câncer de mama na família, o que as coloca dentro da estatística que aponta que, a cada dez casos, apenas de 1% a 1,5% são oriundos de mutação genética familiar. O que só reforça a necessidade da prevenção, para todas as mulheres, a partir dos 40 anos. Flávia chama atenção para o aumento de vários tipos de câncer na população mais jovem, já demonstrada em alguns estudos, que chegam a apontar um crescimento de 80% dos casos na faixa-etária entre 40 e 49 anos.

Como o câncer de mama é o que mais atinge as mulheres, com maior mortalidade, ele acaba se destacando no conjunto. Segundo a médica, está havendo um aumento de tumores luminais nas jovens, um padrão novo, que se diferencia da doença mais agressiva, do tipo triplo negativo, ou ligado à mutação genética. “São aqueles tumores que têm receptores responsivos ao estrógeno e a progesterona, muito provavelmente pela exposição maior hormonal que as pacientes vêm tendo atualmente”, explica.

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Não ter filhos ou tê-los muito tarde, amamentar pouco e consumir hormônios estão na lista de fatores, mas a ciência ainda não sabe explicar ao certo porque mulheres como a doutora Marcela têm câncer de mama tão cedo. Ela mesma identificou o nódulo em sua mama esquerda, comprovado depois na ultrassonografia e biópsia. Ela conta que fez o teste de mutação genética, mas que deu negativo.

Marcela cita outros fatores, como a ingestão de álcool, obesidade, sedentarismo e estresse, mas pontua que a complexidade vem justamente desse combo, nem sempre evitável. “Não é tão simples dizer para as mulheres terem filhos ou para fazer isso mais cedo”, pontua Marcela que, assim como Flávia, fez quimioterapia, cirurgia e radioterapia.

Avanços tecnológicos

Os últimos anos também trouxeram alguns avanços tecnológicos, dando mais eficiência aos tratamentos. As técnicas cirúrgicas da oncoplastia são celebradas por Flávia como um grande avanço na preservação da mama. “Nós entendemos , com a evolução da mastologia, que a radicalidade não é necessária, que conseguimos curar da mesma forma sem extrair toda a mama”.

A especialista também cita as drogas do tipo alvo, mais individualizadas; a evolução da quimio e da radioterapia, mais precisas e com menos efeito colaterais; a qualidade da mamografia totalmente digital; as ultrassonografias que conseguem identificar lesões cada vez menores e a chegada da ressonância magnética mamária.

A lesão da médica, identificada no ultrassom, tinha cerca de 8 milímetros e era menor do que um grão de feijão. “Consigo, em 25 anos, ver o crescimento do tratamento de uma forma muito feliz”, afirma.

Baseado em seu diagnóstico e no de muitas mulheres, Flávia pede às mulheres para evitar comparações, estabelecer uma relação de confiança com os profissionais de saúde e viver cada dia de uma vez. “Eu digo para as pacientes que não se desesperem, pois hoje o câncer de mama é uma doença extremamente tratável e curável, em muitos casos”, explica a médica.

Olhando além do câncer, Marcela lembra que é preciso acreditar na continuidade após o diagnóstico e, além do apoio médico, buscar ajuda nas outras mulheres. “Diria para as mulheres com um diagnóstico de câncer para ter coragem. É um momento de provação, mas tem começo, meio e fim e vai passar. E o mais importante, ele não define a minha vida”, completa.

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