SOLTOU O VERBO
Lula diz que Trump quer dar golpe no Brasil e vê Bolsonaro no xilindró
Presidente ainda alfinetou o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL), que reside no EUA
Por Flávia Requião e Gabriela Araújo

O presidente Lula (PT) afirmou, nesta quinta-feira, 17, que o presidente americano Donald Trump tentou “dar um golpe no Brasil a troco de nada” com o tarifaço de 50% nas exportações brasileiras.
“Trump mandou uma carta para mim, desaforada, ‘se não soltar o Bolsonaro, se não mandar prender ele, se não parar de perseguir ele, no mês de agosto, eu vou taxar o Brasil em 50%’. Veja, que coisa absurda”, disse o petista, que anunciou uma série de ações para saúde em Juazeiro, no norte baiano.
Durante discurso, o mandatário diz que a iniciativa do chefe da Casa Branca foi deflagrada em um complô com o deputado federal licenciado, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente.
“O presidente Trump a troco de não sei do que, talvez acredito que do filho do coisa, porque o filho do coisa é deputado, e pediu licença para ir lá pedir para o Trump dar um golpe no Brasil”, afirmou.
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Em meio ao pedido de condenação da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Bolsonaro, o chefe do Palácio do Planalto reforçou a autonomia das instituições brasileiras, contrapondo a carta do presidente americano.
“Primeiro, quem vai condenar o Bolsonaro não é o presidente da República, não é o governador da Bahia, é a Suprema Corte brasileira. Porque o Bolsonaro tentou dar um golpe nesse país, ele tinha um plano para dar um golpe e matar o Lula, o Alckmin e o Alexandre de Moraes, quem disse isso para nós, foram os generais que estão presos”, declarou o mandatário.
Em seguida, Lula disse: “Então, o senhor Bolsonaro vai ser julgado, e se for condenado, o lugar dele é no xilindró. Nesse país, a lei vale para todo mundo”. A declaração arrancou o grito dos presentes na cerimônia governamental.
Pedido de condenação da PGR
A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete réus por organizar uma tentativa de golpe de Estado no fim da noite de segunda-feira, 14.
O documento, com alegações finais na ação penal contra o "núcleo 1" da trama golpista, que inclui os líderes do esquema, foi encaminhado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Caberá ao magistrado marcar a data de julgamento do tema, que tramita na Primeira Turma.
Bolsonaro lidera plano golpista
Jair Bolsonaro foi apontando com principal articulador do plano golpista, que também incluía o assassinato do presidente Lula (PT), do vice Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Conforme o documento produzido pela Polícia Federal, o político “planejou, atuou e teve domínio de forma direta e efetiva" na trama.
A PF ainda aponta o ex-mandatário como o “líder” do grupo que pretendia realizar os atos na tentativa de abolir o Estado democrático de direito, "fato que não se consumou em razão de circunstâncias alheias à vontade de Bolsonaro", segundo o documento.
Somadas, as penas previstas em lei podem ultrapassar 40 anos de prisão, em regime inicial fechado. Contudo, há atenuantes ou agravantes que podem ser levadas em conta.
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