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Bruno Reis destaca o papel de Salvador nas discussões climáticas da COP30

Prefeito de Salvador está em Belém participando da Conferência das Nações Unidas

Georges Humbert*

Por Georges Humbert*

11/11/2025 - 16:51 h
Imagem ilustrativa da imagem Bruno Reis destaca o papel de Salvador nas discussões climáticas da COP30
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Bruno Reis, prefeito de Salvador, esteve nesta terça-feira, 11, no segundo dia de programação da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas , a COP30, que acontece em Belém, no Pará. Em entrevista exclusiva Gerorgers Humbert, correspondente especial do Grupo A TARDE na COP30, Reis falou sobre agenda climática, como a capital baiana participa deste debate, além dos desafios. Confira:

Georges Humbert: Prefeito Bruno Reis, bem-vindo. Com a COP30 acontecendo agora em Belém, como Salvador, uma capital cultural do Brasil, está contribuindo para as discussões climáticas globais?

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Bruno Reis: Salvador tem um papel fundamental na agenda climática. No começo deste mês, sediamos o 2º Global Artivism Convening (Conferência Global de Artivismo), um dos eventos internacionais pré-COP30. Reunimos mais de 1 mil ativistas para discutir arte e ação climática. Isso gerou a ‘Chamada de Salvador para Belém’, pedindo compromissos reais para a COP30, como proteção às florestas e justiça climática. Além disso, Salvador faz parte de organismos multigovernamentais que estão na vanguarda das discussões climáticas, como o C40 Cities e o ICLEI. Por sinal, antes da vinda para a COP30 nós autorizamos a atualização do nosso Plano de Mitigação e Adaptação às Mudanças Climáticas (PMAMC), que será realizado pelo ICLEI. Temos metas relevantes, como neutralizar a emissão de carbono até 2049, quando a cidade completa 500 anos.

Georges Humbert: Mas há críticas sobre a remoção de árvores em Salvador, que teria aumentado a temperatura média da cidade de 27°C para 32°C. Como isso se alinha com os objetivos da COP30?

Bruno Reis: Reconhecemos os desafios urbanos, e o nosso trabalho é todo voltado para que Salvador possa equilibrar desenvolvimento com sustentabilidade. As remoções, quando ocorreram, foram necessárias para que grandes obras de infraestrutura fossem realizadas, atacando ‘gargalos’ de todas as grandes cidades como, por exemplo, a mobilidade. Porém, estamos compensando com o plantio de milhares de árvores nativas da Mata Atlântica através do programa Salvador Mais Verde. Só na Operação Plantio Chuva deste ano - que aproveita o período mais chuvoso na cidade para facilitar a adaptação de mudas - nós plantamos mais de 12,6 mil árvores em diferentes pontos. Iniciamos também o projeto Corredores Verdes, com o plantio em grandes avenidas. Criamos novos parques urbanos, como o Centro de Interpretação da Mata Atlântica, e temos um Viveiro de Restinga, para recuperar a vegetação da faixa litorânea. Nossa meta é adaptar a cidade ao aquecimento global, alinhado com as NCDs do Brasil de cortar até 67% das emissões até 2035.

Georges Humbert: Salvador é conhecida pela bioeconomia e pela preservação cultural. Como esses elementos podem influenciar as negociações na COP30?

Bruno Reis: No Hub Salvador, que é um polo de inovação que temos na cidade, estamos discutindo como a bioeconomia pode beneficiar as pessoas, cuidando do planeta e ainda gerando lucro. Nossa herança afro-brasileira e toda a nossa biodiversidade costeira inspiram soluções sustentáveis e baseadas na natureza. Na COP30, por exemplo, defendemos que a transição energética inclua comunidades locais, como a realização de projetos de energia solar em bairros vulneráveis. Além disso, temos um projeto piloto de enorme sucesso neste sentido: o programa RODA, que realiza a coleta seletiva porta a porta no Centro Histórico, fomentando a economia circular e gerando empregos verdes.

Georges Humbert: E sobre financiamentos climáticos? Países em desenvolvimento, como o Brasil, exigem US$1 trilhão por ano. Como Salvador se beneficia disso?

Bruno Reis: É fato, nós precisamos de mais recursos para empreender ações concretas. Em Salvador, investimos em resiliência contra enchentes e erosão costeira. Além disso, fizemos um vultuoso investimento para proteger encostas, criar escadarias drenantes e outras soluções de resiliência aos efeitos das fortes chuvas. Também fizemos um grande investimento para a aquisição de ônibus 100% elétricos, tendo uma das maiores frotas do país, e na construção do maior terminal de recarga de ônibus elétricos em área públcia do Brasil. Na COP30, estamos apoiando o Governo Federal na pressão por fundos globais que cheguem às cidades, não só aos governos centrais, para projetos como o nosso plano de mobilidade sustentável.

Georges Humbert: Críticos dizem que o Brasil equilibra promessas climáticas com expansão de óleo. Como isso afeta cidades como Salvador?

Bruno Reis: É um equilíbrio delicado, mas nós priorizamos as fontes renováveis de energia. Salvador avança em energia eólica offshore e em eficiência energética. Temos um maiores parques de iluminação pública em LED do país, estamos investindo em ônibus elétricos para o transporte público municipal e criamos incentivos fiscais para empresas que adotem soluções baseadas na natureza e/ou utilizem energia solar, através dos programas IPTU Verde e IPTU Amarelo. Na COP30, mostramos que é possível crescer economicamente enquanto protegemos o ambiente, inspirando outras cidades sul-americanas.

Georges Humbert: Para finalizar, qual mensagem Salvador envia à COP30?

Bruno Reis: Que a ação climática deve ser inclusiva e cultural. É fundamental que as cidades e os governos locais façam parte da discussão e que sejam apoiados através de financiamento dos fundos globais. É preciso que esse investimento pela mudança climática chegue até a ponta, beneficiando também as comunidades mais vulneráveis e incluindo-as nos novos empregos verdes.

*Correspondente especial do Grupo A TARDE na COP30

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