POLÍTICA
Brasil prepara respostas ao tarifaço de Trump, diz Haddad
Estados Unidos anunciou tarifa comercial de 50%
Por Cássio Moreira

O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já estuda alternativas para enfrentar a sobretaxa de 50% imposta pelo governo americano aos produtos brasileiros exportados para o país. A movimentação, já iniciada nos últimos dias, foi reforçada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).
Segundo Haddad, em entrevista na segunda-feira, 21, o Planalto descartou qualquer punição aos cidadãos americanos ou empresas dos Estados Unidos. O titular da Fazenda afirmou ainda que o Brasil não pretende deixar as mesas de negociação.
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"Estamos preparando alternativas para apresentar ao presidente, mas punir empresas ou cidadãos americanos não está em discussão. Todo e qualquer cidadão americano será tratado com dignidade, e empresas, às vezes com relação centenária com o Brasil, serão tratadas com o mesmo respeito", afirmou Haddad, durante entrevista para a CBN.
Entenda tarifaço de Trump
No dia 9 de julho, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a imposição de uma sobretaxa de 50% nos produtos brasileiros exportados para o país. A medida, segundo o chefe da Casa Branca, que também trava uma guerra comercial com o Brics, bloco econômico do qual o Brasil faz parte, é uma retaliação ao que ele considerada uma perseguição judicial ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
"Conheci e tive contato com o ex-presidente Jair Bolsonaro, e o respeitei profundamente, assim como a maioria dos outros líderes mundiais. A maneira como o Brasil tem tratado o ex-presidente Bolsonaro, um líder altamente respeitado em todo o mundo durante seu mandato — inclusive pelos Estados Unidos —, é uma desgraça internacional. Este julgamento não deveria estar acontecendo. Trata-se de uma caça às bruxas que deve acabar imediatamente", afirmou Trump na carta endereçada ao Brasil.
O 'tarifaço', como tem sido chamado o avanço do presidente americano ao setor econômico do Brasil, deve entrar em vigor no dia 1 de agosto.
Governo busca saída
O governo Lula (PT) tenta saídas para amenizar o impacto na economia brasileira. Ministro do Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) tem se reunido com representantes de setores importante para discutir alternativas.
Uma das medidas pensada pelo governo é o uso da Lei da Reciprocidade Comercial, aprovada recentemente pelo Congresso, que permite a adoção de respostas e ações contra países e blocos econômicos que criem barreiras ou tomem decisões de impacto para a economia brasileira.
Ações que o Brasil pode tomar com base na Lei da Reciprocidade:
- Restrição às importações de bens e serviços: O Brasil poderia, por exemplo, impor tarifas ou cotas sobre produtos provenientes do país que aplicou a medida prejudicial.
- Suspensão de concessões comerciais, de investimento e de obrigações relativas a direitos de propriedade intelectual: Isso significa que acordos anteriores ou proteções a patentes e marcas do país em questão poderiam ser suspensos no Brasil.
- Suspensão de outras obrigações previstas em acordos comerciais: Qualquer outra cláusula de acordos comerciais existentes que o Brasil tenha com o país em questão poderia ser revista ou suspensa.
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