Após tensão com partidos, Lula exonera ministros do governo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) exonerou, em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), os ministros dos Esportes, Portos e Aeroportos, e Turismo, Silvio Costa Filho (Republicanos), André Fufuca (PP) e Celso Sabino (União Brasil).

As exonerações ocorrem para que os ministros, que são deputados federais licenciados, possam ajudar na votação da Medida Provisória 1.303/2025, que versa sobre as alterações no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que será pautada pelo Congresso Nacional.

A MP publicada em junho deste ano perde a validade nesta quarta, 8. Caso o texto caduque ou não seja votado na mesma data, o governo Lula pode deixar de arrecadar até R$ 31,4 bilhões entre 2025 e 2026.

O que diz Lula?

O presidente Lula afirmou, em conversa com a imprensa, na tarde desta quarta-feira, 8, que o uso político e eleitoral da pauta, neste momento, é uma "bobagem". O chefe do Planalto ainda classificou a possível postura como "pobreza de espírito extraordinária".

É uma bobagem colocar isso como uma questão eleitoral

"É uma bobagem colocar isso como uma questão eleitoral. Tem um momento adequado para acontecer as coisas. Poderia ter sido votado quatro meses antes, cinco meses antes, mas não foi votado. O Imposto de Renda poderia ter sido votado há um ano antes, mas não foi votado. Quem define o prazo é o Congresso Nacional. Está votando no prazo que eles decidiram votar. Se alguém quiser misturar isso com eleição, eu, sinceramente, só posso dizer que é uma pobreza de espírito extraordinária”, afirmou.

Tensão com partidos

Mais cedo, o Palácio do Planalto e os partidos União Brasil e Progressistas viveram mais um episódio da tensão das últimas semanas. Os ministros Celso Sabino e André Fufuca, que desobedeceram as orientações partidárias, foram suspensos.