POLÍTICA
2026: Bolsonaro deve repetir estratégia de Lula em 2018
Ex-presidente está inelegível e pode ser condenado

Por Cássio Moreira

Inelegível até 2030 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e prestes a conhecer sua setença por ter atuado no núcleo principal da trama que tinha como objetivo executar um golpe de Estado, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem sido aconselhado por aliados a repetir em 2026 o movimento feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2018.
Segundo fontes ouvidas pelo Portal A TARDE, Bolsonaro deve manter sua pré-candidatura a presidente da República, mesmo sabendo que não poderá concorrer, até o prazo estabelecido pela Justiça Eleitoral para mudanças na chapa. A ideia é fazer com o nome escolhido para representar o bolsonarismo nas urnas o mesmo que Lula fez enquanto estava preso, quando escolheu o ex-prefeito de São Paulo, hoje ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), para assumir a dianteira na disputa.
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Na ocasião, Lula manteve seu nome até setembro, anunciando Haddad como candidato. O petista, no entanto foi derrotado por Jair Bolsonaro, então aposta do extinto PSL, no segundo turno.
Bolsonaro em foco
Um importante aliado de Jair Bolsonaro confidenciou que o anúncio do nome que será representante da direita conservadora na disputa eleitoral será postergado para que o ex-presidente não seja 'enterrado' assim que condenado. "O nosso candidato é Jair Bolsonaro", confidenciou a fonte, que reforçou a proposta de manter o ex-presidente sob os holofotes, mesmo que a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decida por sua prisão na próxima sexta-feira, 12.
Tarcísio deve ser o nome
O Portal A TARDE obteve também a informação de que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), deve ser o candidato escolhido por Jair Bolsonaro, caso não reverta sua inelegibilidade. O ex-presidente tem dito nos bastidores que não quer sua esposa, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), ou o o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), seu filho, como postulantes.
"Não precisa ser necessariamente ser alguém da família [...] Michelle tem aí o Senado pela frente, vai ganhar", detalhou a fonte.
Ainda de acordo com um dos nomes ouvidos, Bolsonaro e seu entorno não querem deixar a impressão de que Tarcísio vai abandonar o governo de São Paulo ou deixar a gestão 'de lado' antes do prazo estabelecido pela Justiça Eleitoral para renunciar ao mandato. "Vamos deixar ele arrumar casa, deixar tudo organizado", explicou.
Julgamento de Bolsonaro
Bolsonaro conhecerá na próxima sexta-feira, 12, seu destino no julgamento do núcleo central da tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, que acontece na Primeira Turma do STF.
O ex-presidente responde pelos seguintes crimes:
- Golpe de Estado;
- Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- Organização criminosa armada;
- Dano qualificado contra o patrimônio da União;
- Deterioração de patrimônio tombado.
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