RIO DE JANEIRO
Quem era a “Japinha do CV”: da fama nas redes à morte em operação
Conhecida como “musa do crime”, Penélope ostentava armas nas redes sociais e era apontada como linha de frente da facção

Por Luan Julião

Conhecida como "Japinha do CV" ou "musa do crime", a mulher identificada como Penélope estava entre os suspeitos mortos durante a megaoperação realizada nos Complexos do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro. Segundo a Polícia Civil, ela era apontada como "linha de frente" do Comando Vermelho (CV) e uma combatente de confiança da facção carioca.
De acordo com a polícia, Penélope teria resistido à abordagem e atirado contra agentes durante a ação, que resultou na morte de 121 pessoas. No momento da troca de tiros, ela vestia uma roupa camuflada e um colete tático com compartimentos para carregadores de fuzil. "Japinha" foi atingida no rosto por um disparo de fuzil e morreu no local.
Imagens do corpo da suspeita circularam nas redes sociais logo após a operação. Em uma publicação, a irmã de Penélope fez um apelo:
“Pessoal, aqui é a irmã da Penélope. Entrem no Instagram dela pra postar essa mensagem, por favor parem de postar as fotos dela morta, eu e minha família estamos sofrendo muito”, escreveu.

A familiar afirmou ainda que a conta será usada para divulgar homenagens, com fotos da jovem "feliz e sorrindo".
Perfis falsos e repercussão
A morte da “Japinha do CV” gerou grande repercussão nas redes sociais e levantou dúvidas sobre sua identidade. Após a confirmação oficial, contas falsas começaram a surgir usando o nome e as imagens de Penélope. Alguns desses perfis acumulam seguidores prometendo transmissões ao vivo e até exibindo propagandas de jogos de apostas.
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Atuação no tráfico e imagem nas redes
A Polícia Civil do Rio aponta que Penélope atuava na proteção de rotas de fuga e na defesa de pontos de venda de drogas da facção. O destaque nas redes sociais, com vídeos em que aparecia cantando, ostentando armas e vestindo roupas camufladas, lhe rendeu o apelido de “Musa do Crime”.
Operação mais letal da história do Rio
A ofensiva que resultou na morte da “Japinha do CV” é considerada a mais letal já registrada no estado. Cerca de 2,5 mil policiais civis e militares participaram da ação, que terminou com 121 mortos e 113 prisões, segundo o governo do Rio.
O governador Cláudio Castro classificou o resultado como um “sucesso” e afirmou que as únicas vítimas entre as forças de segurança foram os quatro policiais mortos em confronto. O secretário da Polícia Militar, Marcelo de Menezes, disse que a operação teve 60 dias de planejamento e foi necessária para avançar sobre territórios dominados pelo crime organizado.
Durante a reação, o Comando Vermelho chegou a usar drones com bombas, o que, segundo as autoridades, demonstra o poder bélico da facção.
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