NEGLIGÊNCIA?
Mortes em Ilhéus: DPT faz perícia em local três dias após corpos serem achados
Atraso em perícia levanta questionamentos sobre a condução da investigação do triplo homicídio em Ilhéus

Por Andrêzza Moura

Equipes do Departamento de Polícia Técnica (DPT) de Ilhéus, cidade do sul do estado, estiveram nessa terça-feira, 19, na área de mata onde os corpos das servidoras públicas do munícipio Alexsandra Oliveira Suzart, 45 anos, Maria Helena do Nascimento Bastos, 41, e da jovem Mariana Bastos da Silva, 20, foram encontrados, na tarde de último sábado, 16.
Os peritos foram ao local com o objetivo de achar a arma branca usada no crime e possíveis elementos que contribuam com as investigações e elucidação do caso.
"Só hoje [terça-feira] que foram fazer a perícia no local. Tipo assim: tiveram lá, mas não isolaram o local, não fizeram absolutamente nada. Hoje retornaram, só que três dias depois já tem até coisas a mais lá. Tinha um pallet, entulho, até uma cadeira tinha lá, coisa que não tinha antes", lamentou uma fonte, afirmando que a perícia de local de crime foi feita tardiamente.
Além da equipe do DPT, funcionários do setor de limpeza da prefeitura de Ilhéus e policiais militares estiveram na localidade, que fica na região entre as Associações dos Funcionários da Ceplac (AFC) e Atlética Banco do Brasil (AABB), na zona sul da cidade.
Investigações e família
Na noite dessa terça-feira, o Portal A TARDE entrevistou o cunhado de Alexsandra, autônomo Davi Vinícius Costa Gonçalves. Casado com a irmã da servidora pública, Davi afirmou que a família ainda tenta compreender o que aconteceu com ela e as outras vítimas.
Segundo ele, até o momento, nenhuma informação oficial foi repassada pelas autoridades e tudo o que sabem sobre o caso tem chegado apenas por meio da imprensa e de publicações nas redes sociais.

"A polícia não está divulgando nada, não nos comunicou nada sobre o andamento do caso. O que a gente vê é o que todo mundo vê nas redes sociais, boatos ou aquilo que sai na imprensa", disse o rapaz, afirmando que a esposa já foi ouvida duas vezes no Núcleo de Homicídios de Ilhéus.
Questionando se a cunhada estava recebendo alguma ameaça ou se havia alguma possibilidade de o crime ter sido praticado por um ex-namorado de Alexsandra, ele disse que não havia qualquer sinal de ameaça, tampouco motivos aparentes que levasse a crer que algo assim pudesse acontecer com as vítimas.
"A gente até gostaria de ter [informações] para, de alguma forma, ajudar nas investigações, a resolver, para entender o que aconteceu. Mas, não temos nada da vida de Ale, de Helena que nos faça pensar que isso iria acontecer em algum momento", avaliou.
Procurado pela reportagem, o delegado Helder Carvalhal de Almeida, titular do Núcleo de Homicídios de Ilhéus, orientou procurar a assessoria de comunicação da Polícia Civil.
Entenda o caso
Alexsandra Oliveira Suzart, 45, Maria Helena do Nascimento Bastos, 41, e a filha dela, Mariana Bastos da Silva, 20, foram vistas pela última vez, na tarde da sexta-feira, 15, caminhando na praia dos Milionários com um cachorro.
Os corpos delas foram encontrados na tarde do sábado, 16, em uma área de mata. Uma fonte informou ao Portal A TARDE que o animal foi encontrado vivo, amarrado a uma árvore perto dos corpos.

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Imagens de câmeras de segurança da Cabana Soro Caseiro registraram as três caminhando pela praia, momentos após saírem de casa. As vítimas moravam em prédios próximos e eram servidoras públicas municipais. Os boletins de ocorrência sobre os desaparecimentos foram feitos pela irmã de Alexsandra e pelo companheiro de Maria Helena, que também é pai de Mariana.
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