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DECISÃO JUDICIAL

Major tem preventiva por facilitar celulares em presídio: "Não é caso isolado"

Almir Bispo dos Santos Filho teve a prisão em flagrante convertida para preventiva

Leilane Teixeira

Por Leilane Teixeira

06/08/2025 - 22:57 h | Atualizada em 06/08/2025 - 23:30
O major Almir Bispo dos Santos Filho negou ter cometido o crime
O major Almir Bispo dos Santos Filho negou ter cometido o crime -

O major da Polícia Militar Almir Bispo dos Santos Filho, preso sob suspeita de facilitar a entrada de celulares na Penitenciária Lemos Brito, em Salvador, teve a prisão em flagrante convertida em preventiva por determinação da Justiça. A decisão foi tomada na manhã desta quarta-feira, 6, durante audiência de custódia.

Na decisão, à qual o Portal A TARDE teve acesso, a Justiça considerou, entre outros fatores, que a conduta do major “não foi isolada” e que ele contribuiu diretamente com uma estrutura criminosa já existente.

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“Elemento probatório demonstra que não se trata de conduta isolada, mas sim de atividade coordenada entre o custodiado, a visitante e o interno destinatário dos aparelhos, configurando organização voltada à prática de crimes, com divisão de tarefas e objetivo comum de burlar o sistema de segurança prisional. [...] O cenário revela sua inserção funcional em estrutura criminosa já existente, colaborando de maneira ativa com a organização que atua no interior do sistema prisional”, afirma trecho do documento assinado pelo juiz Luís Henrique de Almeida.

Ainda segundo a decisão, a ação do policial teve como propósito burlar o controle estatal. “Ao facilitar, na condição de agente público, a entrada de aparelhos celulares destinados a interno com possível vinculação ao PCC, o custodiado contribui diretamente para o fortalecimento e a continuidade das atividades ilícitas desenvolvidas pela organização criminosa, integrando sua engrenagem com nítida divisão de tarefas e propósito comum de burlar o controle estatal.”

Major nega envolvimento

O major Almir Bispo dos Santos Filho negou ter cometido o crime. Em depoimento, afirmou não conhecer Amélia Rocha, tia do traficante que receberia os celulares, identificado como Fábio Rocha Lima, integrante da facção Bonde do Ajeita, aliada ao Comando Vermelho – como revelado em primeira mão pelo Portal A TARDE.

Ainda durante o depoimento, o militar foi questionado se conhecia Fábio e respondeu que havia o visitado na sexta-feira (1º) para ajudar na marcação de uma cirurgia, que seria solicitada a um superintendente da unidade.

Quem é Fábio?

Fábio Rocha Lima é o traficante que receberia os celulares. Preso no sistema prisional baiano, é apontado como peça-chave da facção criminosa Bonde do Ajeita (BDA), diretamente ligada ao Comando Vermelho (CV).

A detenção de Fábio foi decretada em abril de 2024, com os mandados cumpridos em 6 de julho do mesmo ano. Informações obtidas com exclusividade confirmam que ele não apenas integra a facção, como também atua na lavagem de dinheiro, na negociação de bens de alto valor e no comando de operadores do tráfico de drogas.

Além disso, Fábio é subordinado diretamente a Washington David Santos da Silva, o “Boca Mole”, apontado como o principal líder do BDA na Bahia. Segundo apuração da reportagem, ambos exercem funções de liderança na organização, o que reforça a suspeita de que a ação do major não tenha sido isolada, mas articulada dentro de uma estrutura criminosa.

PENITENCIARIA LEMOS DE BRITO
PENITENCIARIA LEMOS DE BRITO | Foto: Margarida Neide | Ag. A TARDE

Relembre o caso

O oficial Almir Filho, lotado no Batalhão de Polícia de Guardas (BPGD) e vinculado à Coordenação de Planejamento Operacional, foi preso na tarde de segunda-feira, 4, após ser flagrado tentando inserir uma sacola com materiais proibidos na bolsa de uma visitante, já dentro das dependências do complexo prisional.

A mulher havia passado normalmente pela revista padrão, mas foi abordada novamente após apresentar comportamento suspeito em área de acesso restrito.

Dentro da sacola, foram encontrados:

  • dois celulares;
  • dois carregadores;
  • um fone de ouvido;
  • um chip de telefonia;
  • um sachê com comprimidos, cujo conteúdo ainda está sob análise.

A ação mobilizou a Coordenação de Monitoramento e Acompanhamento do Sistema Prisional (CMASP), o Superintendente de Gestão Prisional, o Diretor-Geral do Sistema Prisional e o Grupo Operacional Prisional, que acompanharam a prisão em flagrante.

Exoneração e investigação

Logo após o flagrante, o major foi conduzido à Corregedoria da Polícia Militar, onde foi autuado. Na terça-feira, 5, a exoneração do oficial foi publicada no Diário Oficial do Estado. A major QOPM Gisele Dantas de Souza assumiu o cargo anteriormente ocupado por Almir.

Em nota, a PMBA reafirmou seu compromisso com a transparência, a disciplina e a ética, garantindo que todos os procedimentos serão conduzidos com a seriedade e imparcialidade que o caso exige.

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