POLÍCIA
Bala de gengibre, mala vazia e chaveiro: as ameaças de bomba em Salvador
Alertas de explosivo mobilizaram o Bope e deixaram a cidade em momentos tensão

Por Victoria Isabel

Ao longo dos anos, Salvador já se viu tomada por instantes de tensão e medo, quando rumores de explosivos ecoaram pela cidade. Cada alerta mobilizou não apenas o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), mas também equipes do Corpo de Bombeiros, do Samu e da Polícia Civil, que se deslocaram, transformando momentos de pânico em operações meticulosas. Apesar da seriedade e da rapidez do trabalho das equipes, as ameaças acabaram se revelando falsas.
O caso mais recente ocorreu nesta sexta-feira, 31, no Aeroporto Internacional de Salvador, quando um objeto suspeito levou à interdição parcial do terminal. O resultado? Não passava de um chaveiro de borracha em formato de explosivo.
Ameças de bomba em Salvador
Bala de gengibre e pânico na Unijorge
O episódio mais emblemático aconteceu no Centro Universitário Jorge Amado (Unijorge), na tarde de 24 de julho de 2016, durante a realização da primeira fase do exame da OAB, quando Frank Oliveira da Costa anunciou que estava com explosivos presos ao corpo e que detonaria a bomba no local. Na verdade, ele carregava balas de gengibre presas ao tórax e duas bananas na mochila para simular dinamite.
O caso gerou quatro horas de tensão, com evacuamento completo do prédio, negociação do Bope e acompanhamento da Polícia Federal e Corpo de Bombeiros. Cerca de 3 mil candidatos foram retirados das salas, e muitos relataram correria e pânico, incluindo desmaios e quedas.

Por causa da ameaça, a prova do exame da ordem em Salvador foi cancelada. Ele afirmou ter se irritado após tentar 18 vezes prestar o exame da OAB sem sucesso. A Unijorge informou por meio de nota que Frank Oliveira da Costa cursou direito há 10 anos na instituição, entre os segundos semestres de 2000 e 2006.
Após a rendição, Frank foi encaminhado ao Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco) e autuado por provocar pânico, mas a polícia descartou risco real de explosão e classificou o ato como isolado, sem relação com terrorismo.
Mala abandonada no Itaigara
No dia 25 de agosto de 2025, uma mala suspeita na Rua Hermann Neeser, bairro do Itaigara, mobilizou novamente o Bope. Equipes do Esquadrão Antibombas isolaram a área e utilizaram trajes anti-fragmentação, braços robóticos e raio-X para analisar o objeto, garantindo a segurança dos moradores.

Após a investigação, constatou-se que a mala estava vazia, sem explosivos ou materiais perigosos. A dentista Paloma Espinheira, dona do objeto, explicou que havia descartado a mala na sexta-feira anterior após anos de uso, e que possivelmente ela foi recolhida por outra pessoa e deixada na rua.

Chaveiro de borracha no Aeroporto de Salvador
Na manhã desta sexta-feira, 31 de outubro de 2025, o Aeroporto Internacional de Salvador foi parcialmente interditado após a suspeita de um artefato explosivo na área de desembarque. Equipes do Bope foram acionadas imediatamente e realizaram a retirada e inspeção do objeto, que se revelou um chaveiro de borracha no formato de bomba.

O embarque e desembarque não foram afetados. A Polícia Civil e Militar iniciaram investigações para esclarecer como o objeto foi parar no local. O episódio gerou grande repercussão e preocupação na área, mas terminou sem risco real.
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