SHOW MARCANTE
Maria Bethânia: saiba como foi a primeira noite da turnê de 60 anos em Salvador
Em show épico, público revisitou a antiga e a nova Bethânia ao longo dessas seis décadas

Por Gabriela Araújo

Com atraso de sete minutos, às 19h07, Maria Bethânia subiu no palco da Concha Acústica do Teatro Castro Alves (TCA), em Salvador, na noite deste sábado, 15, feito ventania.
Típica de uma filha dos ventos, que por sinal - foi uma citação sobre Iansã - que iniciou o seu show, a santamerense não deixou a poeira baixar e abriu as cortinas cantando “Sete Mil Vezes”, do seu irmão Caetano Veloso.

Esse foi o ‘start’ para que a multidão, que acompanhava o show emblemático que marca os 60 anos de carreira de Bethânia, delirasse durante toda a canção.
No refrão, a Concha Acústica, em um coro, acompanhou: “Sete mil vidas, sete milhões e ainda um pouco mais. É o que eu desejo e o que deseja esta noite…”
Ao fim da música, as palmas ecoaram no espaço, embalando o início de “Podres Poderes”, também cantada pelo seu irmão, não deixando de fazer uma crítica social ao Brasil, no dia em que se comemora os 136 anos que o país virou República.

Esse foi um dos pontos altos do show, que levou o público a ovacioná-la com assobios e salvas de palmas.
“Obrigada, Salvador. Obrigada, minha linda Salvador”, disse a cantora.
De Rita Lee a Caymmi: Bethânia inova e surpreende nos 60 anos
Diferente do que o público já está acostumado, a filha de Dona Canô surpreendeu ao homenagear as cantoras Rita Lee e Nana Caymmi, em seu vasto repertório, com um setlist que contou com mais de 40 músicas, na capital baiana.
“Rita Lee me deixou uma letra e pediu para que eu cantasse e Roberto, o seu marido, musicasse. […] como desejo, em vida, Palavras de Rita”, disse Bethânia, antes de iniciar a música.
Em uma virada de tempo, a cantora não deixou de fora “Cheiro de amor” tão esperada e pedida pelos fãs, saindo da tradicional balada romântica e ritmado com um ijexá.
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O show cheio de surpresa fugiu do óbvio e trouxe a antiga e a nova Bethânia construída nesses 60 anos de carreira.
Como de praxe, a artista manteve os seus pés descasos no chão, seus cabelos soltos e a sua voz grave e inconfundível trajada com um conjunto branco de calça e blusa, que se confundia com um vestido.
As novidades foram além de Bethânia e se estendem aos músicos, que durante o intervalo, animou os presentes com “Flor de Lis”, de Djavan.
Bethânia celebra o passado e o futuro no palco
As cortinas se fecharam, mas deu tempo do BIS, que deu o tom final do show que durou 1h30.
Passeando por Santo Amaro, no Recôncavo baiano, Bethânia colocou toda a Concha para samba ao som de “Reconvexo”.
Diferente de outros estados, onde também ocorre o show, em Salvador, Bethânia deixou de fora a canção “Fé”, da cantora Iza, música que fez parte do seu repertório durante a turnê com seu o irmão, que percorreu o Brasil.
Essa turnê, por sua vez, foi a responsável por colocar os baianos na lista do Grammy Awards 2026, como de Melhor Álbum de Música Global com o disco "Caetano e Bethânia Ao Vivo".
A cerimônia do Grammy está marcada para o dia 1º de fevereiro de 2026, direto da Crypto.com Arena, em Los Angeles (EUA).
Sessão extra em Salvador
Maria Bethânia retorna aos palcos da capital baiana no domingo, 16, em sessão extra, com ingressos esgotados.
Em uma publicação no Instagram, a equipe da artista fez um alerta ao público: “O show de domingo terá abertura dos portões às 16h30, com início às 18h. Recomendamos que o público chegue cedo para garantir uma entrada tranquila e aproveitar toda experiência sem imprevistos”.
O repertório completo
- Iansã (citação)
- Sete mil vezes
- Canções e momentos
- Gás neon
- Podres poderes
- Baioque
- A queda do céu (texto de Davi Kopenawa e Bruce Albert)
- Ofá
- Kirimurê
- Água viva (texto de Clarice Lispector)
- Encouraçado
- Resposta
- Demoníaca
- Taturano
- Galope
- Lugar (texto de Herberto Helder)
- O lado quente do ser
- Cheiro de amor
- Olha
- Samba do grande amor
- Se não te vejo
- Caboclinha
- Maracatu
- Flor de lis
- Tocando em frente
- Sete trovas
- Fé cega, faca amolada
- Ponto de Iemanjá
- Iemanjá Rainha do mar
- Balangandã
- Eu mais ela
- Beira mar
- Diz que fui por aí
- Mares da Espanha
- Gota de sangue
- Olhos nos olhos
- Balada do lado sem luz
- Genipapo absoluto
- Vozes / A voz de Nana (texto de Eucanaã Ferraz)
- Sussuarana
- Palavras de Rita
- A força que nunca seca
- “Eu não quero apenas ter visitado este mundo” (texto de Dora Fischer Smith)
- Rosa dos ventos
- Vera Cruz
- Carcará (Citada apenas pela cantora, não entrou no setlist)
- Reconvexo

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