MUNDO
Argentina declara PCC e Comando Vermelho organizações terroristas
Repet Argentina reúne indivíduos e grupos considerados ameaças à segurança do país

Por Isabela Cardoso

A ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, anunciou nesta terça-feira, 28, que o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV) foram oficialmente incluídos no Registro de Pessoas e Entidades Vinculadas a Atos de Terrorismo (Repet). Essa lista reúne indivíduos e grupos considerados ameaças à segurança do país.
“A Argentina declarou essas duas organizações como narcoterroristas”, afirmou Bullrich em entrevista ao canal La Nación+, destacando que a decisão é uma resposta direta à escalada da violência no Brasil e à megaoperação no Rio de Janeiro, que deixou ao menos 130 mortos.
Decisão mira controle de presos ligados às facções
A medida, segundo a ministra, tem como objetivo reforçar o monitoramento de detentos estrangeiros vinculados às facções brasileiras. Atualmente, há 39 brasileiros presos na Argentina, dos quais cinco seriam ligados ao Comando Vermelho e sete ou oito ao PCC.
Bullrich afirmou que o país mantém “vigilância rigorosa” sobre esses detentos, para evitar que as facções repliquem no sistema prisional argentino a estrutura de poder que construíram no Brasil e em outros países da região.
Leia Também:
“Eles não conseguiram, nas prisões argentinas, o que conseguiram, infelizmente, em outros lugares — inclusive no Brasil e no Paraguai”, declarou a ministra.
Operação no Rio de Janeiro é a mais letal da história
A decisão argentina ocorre um dia após a operação mais sangrenta já registrada no estado do Rio de Janeiro. Entre as vítimas, estão quatro policiais e 128 suspeitos, classificados pelo secretário da Polícia Civil, Felipe Curi, como “narcoterroristas”. A operação mobilizou 2,5 mil agentes e foi classificada pelo governador Cláudio Castro (PL) como “um sucesso”.
“Quanto a vítimas, só houve policiais”, declarou o governador durante coletiva de imprensa, apesar de relatos de moradores sobre dezenas de corpos enfileirados na Praça São Lucas, na Penha.
O Ministério Público havia estimado 132 mortos, o que reforça as divergências nos números e levanta questionamentos sobre o grau de letalidade das ações policiais no estado.
Bullrich critica modelo prisional brasileiro
Durante a entrevista, Patricia Bullrich também fez duras críticas à estrutura carcerária brasileira, afirmando que o país “convive com o narcotráfico dentro das prisões”.
“Há penitenciárias no Brasil onde juízes não podem entrar, onde os presos decidem se comparecem ou não aos julgamentos. O Estado precisa ter controle absoluto”, disse.
A ministra chegou a citar o ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos e três meses por tentativa de golpe de Estado, e afirmou que ele “avançou na recuperação do controle das prisões e das favelas”.
Siga o A TARDE no Google Notícias e receba os principais destaques do dia.
Participe também do nosso canal no WhatsApp.
Compartilhe essa notícia com seus amigos
Siga nossas redes



