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INFÂNCIA

O que significa uma decoração sensorial dentro de casa?

Espaços estimulam a coordenação motora e o emocional da criança

Isabel Queiroz*

Por Isabel Queiroz*

09/08/2025 - 2:38 h
Quarto infantil projetado por Sara Úlima: “Busco criar espaços que convidem à descoberta e à interação”
Quarto infantil projetado por Sara Úlima: “Busco criar espaços que convidem à descoberta e à interação” -

Seja por razões estéticas, afetivas ou de bem-estar, incluindo o emocional, decorar a casa é um ato importante. Em ambientes infantis, ganha ainda mais relevância, uma simples intervenção decorativa pode transformar o espaço em um ambiente lúdico e propício ao desenvolvimento da criança.

A decoração sensorial é um exemplo disso: pensada para estimular a coordenação motora, a linguagem, a regulação emocional e o foco, ela vai além da estética, contribuindo também para o desenvolvimento cognitivo e comportamental, especialmente em crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

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Um estudo publicado nos Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional de 2025 destacou que entre 40% e 80% das crianças com TEA apresentam dificuldades no processamento sensorial.

Na arquitetura de espaços voltados para a infância, a escolha dos materiais desempenha papel essencial no estímulo sensorial. “Um ambiente sensorial infantil é aquele projetado para estimular os sentidos de maneira equilibrada, segura e prazerosa. Como arquiteta, busco criar espaços que convidem à descoberta e à interação”, explica Sara Úlima, que tem uma empresa que leva seu nome. Segundo ela, cada elemento, das cores às texturas, luzes, sons e aromas, é escolhido com cuidado, considerando, por exemplo, a sensibilidade olfativa das crianças: “O objetivo é criar ambientes que não sejam apenas bonitos, mas que promovam experiências e contribuam diretamente para o desenvolvimento infantil”.

Para estimular o tato, por exemplo, a arquiteta costuma utilizar painéis, tecidos e tapetes com diferentes texturas, além de objetos em madeira, cordas e materiais que possam ser explorados com as mãos e o corpo, sempre com foco na segurança. Já para a audição, sons da natureza, melodias instrumentais e músicas suaves compõem a paisagem sonora dos projetos. “O foco é acalmar, não agitar”, reforça Sara.

Rebeca Sena, arquiteta da Marbbo Arquitetura, complementa as dicas: “Para estimular o tato, podemos explorar diferentes texturas e mobiliários lúdicos, como: caixas do tipo Lego que se encaixam, paredes de escalada e paredes riscáveis”. A decoração sensorial pode ser aplicada em diferentes tipos de ambientes, adaptando-se às necessidades e ao uso de cada espaço.

Rebeca destaca que já desenvolveu projetos com essa proposta em brinquedoteca, consultório e quartos infantis, sempre observando as particularidades de cada contexto. Desses, finalizou um, em uma brinquedoteca, o ambiente foi pensado para estimular o lúdico e a autonomia das crianças: escorregador, cama elástica, piscina de bolinhas, parede riscável, pegboard (painel perfurado, geralmente feito de madeira ou metal, utilizado para organizar e decorar ambientes).

Dos que ainda estão em andamento, como o consultório de fisioterapia infantil, o destaque ficou por conta do ninho sensorial: “colocamos um balanço infantil, que é um ninho sensorial, para acolher a criança enquanto espera sua vez de ser atendida”. Já em um projeto de quarto para gêmeos de 5 anos, a proposta uniu funcionalidade e afetividade: um mezanino como espaço de brincadeiras, cama compartilhada com iluminação que simula um céu estrelado e parede riscável compõem o ambiente. A decoração foi personalizada com arco-íris, corações e cavalos, inspirada em um desenho do “quarto dos sonhos” feito pelos próprios irmãos.

Com o crescimento da criança, os espaços também podem ser adaptados, introduzindo mais interatividade. Sara Úlima exemplifica: “O espaço deve evoluir junto com a criança, acompanhando suas necessidades cognitivas e físicas. Como, cantinhos de leitura, brinquedos sensoriais e elementos visuais mais elaborados”. Para aderir à decoração de forma mais acessível, apesar de mais desafiador, ainda é possível: “Podemos usar pinturas lúdicas nas paredes, tapetes texturizados tipo tatame, adaptar o layout com o que já se tem em casa e substituir superfícies por papéis decorativos”, complementa Rebeca.

Equilíbrio de estímulos

O equilíbrio dos estímulos também é importante, principalmente para crianças mais sensíveis. Criar áreas que separem os estímulos, iluminação regulável e espaços mais neutros para incentivar o descanso. Como foi escolhido pelo casal: Itamara Albergaria de Macedo, enfermeira, e Thiago Lisboa, gestor comercial, pais de Maria Júlia, de 3 meses.

Depois de lerem pesquisas sobre ambientes sensoriais contribuírem para a serenidade de recém-nascidos, contrataram Sara Úlima para o projeto do quarto da filha: "Os estudos mostram a importância de tons mais pastéis, algo mais leve para o bebê e na rotina do sono. Minha amiga arquiteta, Sara, me orientou também sobre as cores e o que ficaria melhor, assim como as luzes.", disse Itamara.

Com cores mais sóbrias, texturas de tecidos, iluminação indireta e quente, o quarto se tornou um lugar de descanso não só para a bebê: "Com o auxílio da arquiteta conseguimos não colocar estímulos demais, colocando na medida certa para ela sempre se sentir relaxada e a mãe também, no momento da amamentação", contou o esposo, Thiago, exemplificando como o ambiente sensorial beneficia não apenas crianças, mas também adultos. Isso torna o ambiente uma excelente opção para quem busca, além do desenvolvimento infantil, promover a saúde e o bem-estar de toda a família.

*Sob supervisão da editora Cassandra Barteló

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Tags:

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