Jair elogia performance do Vitória e afirma que "falta efetividade"

Em meio à fase esperançosa que veio com a chegada de Jair Ventura, o Vitória perdeu por 3 a 1 para o Cruzeiro na 31ª rodada do Brasileirão, e o professor já começou a avaliar onde está o problema.

Depois do jogo, o técnico reconheceu os méritos do adversário, lamentou a falta de efetividade rubro-negra e afirmou que a equipe "vem evoluindo, mas precisa transformar performance em resultado".

"A equipe do Cruzeiro, assim como a do Corinthians, tem essa característica de atacar o espaço o tempo todo. Trabalhamos isso a semana toda. Não foi falta de aviso, não foi falta de treino, mas mérito do adversário, mérito de um jogador de Seleção, convocado, que tem essa virtude", disse o técnico, se referindo a Kaio Jorge, artilheiro do Brasileirão e autor de dois gols no jogo.

Primeiro tempo bem jogado

Entre erros e acertos, Jair avaliou que o Vitória produziu bem e foi competitivo na primeira etapa, criando boas oportunidades antes de sofrer os gols. "A gente tomou o gol e continuou buscando. Na minha humilde opinião, fizemos um jogo melhor do que contra o Santos em termos de chances criadas. Foi um jogo equilibrado, mas não fomos eficientes", avaliou.

Mesmo com a derrota, Jair defendeu que o time apresentou bom desempenho. "Não tenho vergonha de falar de performance dentro do resultado, porque trabalho com performance, e a gente performou", reconheceu.

"Concordo 100% que o primeiro tempo foi melhor que o segundo, mas é natural. Eles congelaram o jogo com a vantagem e têm um poder de banco muito forte", completou.

Improvisos necessários

Jair lembrou que o Vitória entrou em campo com 11 desfalques e precisou improvisar. Ele destacou que o departamento médico lotado e o número de suspensões obrigaram o time a se reinventar, levando o técnico a usar até mesmo atletas que nunca tinha usado, como Kike Saverio.

"Já vínhamos sem 11 jogadores. O DM está lotado. Perdemos o Cáceres na véspera do jogo, o Claudinho também não tinha condição. O Arcanjo não joga mais, temos zagueiros machucados, o Baralhas estava machucado. Então precisamos nos adaptar", lamentou.

Por outro lado, Matheuzinho, que vinha entrando bem do banco, começou como titular e acabou se lesionando. "O Matheuzinho vinha entrando e mudando os jogos. Hoje iniciou. Quando você usa o seu ‘ás’ de cara, não tem outro jogador com essa característica para o segundo tempo", disse.

"Temos Osvaldo, Kike, Lucas Braga, mas não é a mesma coisa. E ele acabou sentindo o joelho. Parece que foi um tostão, espero que não seja nada grave", torceu.

Matheuzinho deu lugar a Kike Saverio, que fez sua estreia com a camisa rubro-negra. Jair, no entanto, evitou avaliações individuais. "Eu não gosto de falar de jogador individualmente, nem quando vai bem nem quando vai mal. A gente analisa internamente. O Kike fez sua estreia e vamos avaliando jogo a jogo", garantiu.

Segundo tempo em queda

Apesar do primeiro tempo mais competitivo, o Vitória caiu em produtividade na segunda etapa, com o professor analisando que já tinha "usado todas as suas principais cartas". "O Cruzeiro coloca em campo um Gabigol, bicampeão da Libertadores, que entra e bota bola na trave. Eles têm poder de investimento. Nós estávamos no limite", explicou.

Ao ser questionado sobre possíveis falhas defensivas, o técnico negou que o problema tenha sido individual ou apenas do setor de defesa. "Não acho que houve fragilidade defensiva. Temos que dar mérito ao adversário. Muita gente não sabe perder", opinou.

"Marcamos um jogador de Seleção, difícil de marcar. Ele foi eficiente. O Cruzeiro está brigando lá em cima porque tem qualidade. Outras equipes também sofreram. Temos coisas a corrigir, lógico, mas não é só defesa: a pressão começa lá na frente. Quando ganhamos, ganhamos todos. Quando perdemos, perdemos todos", analisou.

O que falta?

É necessário, no entanto, pensar no que corrigir - e para Jair, o ponto principal é a falta de eficiência nas finalizações. "Está faltando efetividade. Chances claras, mas a bola não entra. Contra o Corinthians, o goleiro fez a defesa da rodada. A nossa bola não entrou e a deles entrou", relembrou.

"A gente precisa ser mais frio. Um treinador meu dizia: nessa hora, o estádio tem que estar vazio, e você tem que estar congelado pra tirar a bola do goleiro e fazer o gol", relembrou.

Mesmo com a derrota, Jair Ventura fez questão de agradecer o apoio e convocar a torcida para o jogo seguinte, contra o Internacional, no Barradão. "Com o empate do Santos, estamos vivíssimos. Eles têm Flamengo e Palmeiras agora, e a gente tem o nosso jogo", garantiu.

"A torcida sabe da importância dela. Contra o Corinthians, saímos aplaudidos mesmo com a derrota. Agora é convocar de novo. O Mineirão teve quase 60 mil pessoas, e eu tenho certeza que o Barradão vai estar lotado. Precisamos deles pra dar o primeiro passo e sair da zona e não voltar mais", sonhou.

Do lado de dentro, o elenco promete a mesma dedicação dos torcedores: "Eles sabem que a janela está fechada. Não vai chegar nenhum jogador pra nos tirar dessa situação. É com a gente. Somos nós que vamos tirar o Vitória disso".

"Toda semana a gente revê o jogo em sala, vê o que melhorar e o que manter. E sempre temos mais coisas boas que ruins. Então é nisso que vamos nos apegar", garantiu.