NOVOS ATLETAS
Família e talento no tatame: As promessas do judô baiano
Mila Oliveira, Luísa Cecília e Wilker Barbosa são bolsistas no Programa Bolsa Atleta do Sesi

Por Marina Branco

O tatame foi palco de emoção e esperança durante a cerimônia do Programa Bolsa Atleta do Sesi, realizada nesta quarta-feira, 10. Entre os 29 atletas contemplados, o judô se destacou com jovens que já demonstram muito talento, disciplina e ambição, com o clássico sonho de um dia representar o Brasil - e a Bahia - nas Olimpíadas.
Contando até mesmo com a atual vice-campeã brasileira, o elenco de judocas do cenário jovem baiano é extenso, e já vem despontando grandes talentos para o futuro, até mesmo entre os atletas mais iniciantes.
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Faixa de pai para filha
Filha de um faixa-preta de judô, Mila Oliveira, de 15 anos, cresceu vendo o pai competir e, ainda criança, decidiu seguir o mesmo caminho. “Ele sempre me influenciou muito a entrar no esporte. Eu comecei a competir, fui gostando e hoje tenho o sonho de ser cada vez melhor, de ser campeã mundial e olímpica”, conta.
A trajetória até o pódio nacional foi marcada por persistência. “Foram três anos tentando até chegar nesse patamar. Esse ano foi especial. Meu primeiro ano no Sub-18, consegui ser vice-campeã brasileira em Salvador, no dia do meu aniversário. Foi dentro de casa, com a torcida da família. Um dos dias mais felizes da minha vida”, relembra.
Antes disso, Mila acumulou participações em campeonatos nacionais sem alcançar o pódio. Agora, sente que colhe os frutos da dedicação diária. “Eu sempre fui muito agitada, nervosa, cheia de energia. No judô encontrei meu lugar, gasto tudo no tatame. Hoje, cada treino, cada esforço, mostra que está valendo a pena”, afirma.
A agenda da jovem atleta segue intensa: jogos escolares, seletivas nacionais e a disputa por uma vaga na Seleção Brasileira de base. “Eu sou muito focada, muito disciplinada. Se for para fazer, eu faço de tudo para conquistar. Espero que me vejam lá em cima, porque eu vou chegar”, garante.
Entre irmãos
Se Mila vive as emoções do judô junto ao pai, Luísa Cecília e Wilker Barbosa vivem todas elas em dupla - como irmãos. Com 13 e 12 anos, respectivamente, os dois começaram a lutar quase ao mesmo tempo, ainda neste ano, e já colecionam experiências em competições regionais.
“Meu irmão começou primeiro. Eu assistia às aulas e um dia o professor me convidou a entrar no tatame. Me apaixonei logo de cara”, lembra Luísa. Wilker, por sua vez, começou ainda mais novo: “Minha mãe me colocou no judô quando eu era pequeno. Fiz várias aulas, gostei e nunca mais parei. Agora já disputei três torneios e subi ao pódio em todos", conta.
Apesar de estarem nos tatames há menos de um ano, a dupla já enfrentou desafios gigantes, chegando até mesmo a seletivas para o Campeonato Brasileiro. Por lá, Wilker vibra com a lembrança de sua primeira vitória. “Ganhei de um menino por melhor de três lutas. Fiquei em primeiro lugar. Depois perdi para ele no segundo torneio, mas voltei a vencer no terceiro. Foi muito emocionante”, conta.

Mães na borda do tatame
Com dois filhos no esporte, a mãe da dupla não poderia estar longe, e acompanha de perto a rotina puxada. “É um desafio ter dois filhos atletas. São treinos diários, cuidados com alimentação e fisioterapia, viagens para competições. Mas eles gostam de ser atleta e isso compensa tudo”, diz.
No tatame, os dois ainda estão construindo seus passos. Mas a dedicação, a disciplina e a paixão pelo esporte já os apresentam como parte de uma geração que promete manter vivo o legado do judô baiano e, sem dúvidas, levar o nome da Bahia para pódios nacionais e internacionais.
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