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CRIMES CIBERNÉTICOS

MPBA lança campanha para proteger crianças da violência digital

Campanha inclui a plataforma “Fala, Filho”, que usa inteligência artificial para orientar famílias sobre segurança na internet

Loren Beatriz Sousa

Por Loren Beatriz Sousa

23/10/2025 - 18:51 h
MPBA lança campanha para proteger crianças da violência digital
MPBA lança campanha para proteger crianças da violência digital -

Mais de 76 mil denúncias anônimas de violações de direitos humanos e outros crimes no ambiente digital foram registradas em 2025. Os números são alarmantes e, segundo a SaferNet Brasil, 60% dessas ocorrências estão relacionadas a abuso e exploração sexual infantil - um total de 49.336 registros apenas entre janeiro e julho.

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Entre os principais crimes estão o cyberbullying, o aliciamento sexual, a exposição indevida da imagem, o acesso à pornografia e a instigação a episódios autodestrutivos. Diante desse cenário, o Ministério Público da Bahia (MPBA) lançou, nesta quinta-feira, 23, a campanha “O cuidado não pode ficar só no off”, voltada à conscientização sobre os riscos da violência no ambiente digital e à promoção de uma internet mais segura para crianças e adolescentes.

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O evento de lançamento foi realizado na sede do MPBA, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), em Salvador.

Em entrevista exclusiva a A TARDE, a promotora de justiça Ana Emanuela Rossi, coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Criança e do Adolescente (Caoca), destacou que há inúmeras situações em que crianças e adolescentes são expostos a conteúdos e interações nocivas, resultando em adultização, sofrimento psíquico, ansiedade, depressão e até comportamentos autodestrutivos ou violentos.

“O objetivo da campanha ‘O cuidado não pode ficar só no off’ é justamente conclamar e convidar os pais, responsáveis, cuidadores de crianças e adolescentes para que façam o que já fazem no mundo físico, estendendo esse cuidado também para o ambiente digital, fazendo com que crianças e adolescentes acessem os benefícios da tecnologia, mas também que protejam os seus direitos, que estejam a salvo de qualquer tipo de violência, de constrangimento e de opressão”, pontuou a promotora.

Promotora de justiça Ana Emanuela Rossi, coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Criança e do Adolescente (Caoca)
Promotora de justiça Ana Emanuela Rossi, coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Criança e do Adolescente (Caoca) | Foto: Clara Pessoa/Ag. A TARDE

Plataforma “Fala, Filho”

Uma das principais ações da campanha é o lançamento da plataforma digital “Fala, Filho”, um ambiente voltado à sensibilização de pais e responsáveis sobre o uso seguro da internet. A ferramenta, que utiliza inteligência artificial, oferece respostas para dúvidas frequentes coletadas junto a cuidadores do público infantojuvenil. A plataforma está disponível no site: www.falafilho.com.br.

“O mais interessante é que essas informações são transmitidas por avatares digitais, que têm idades de crianças e adolescentes. Isso dá protagonismo ao público infantojuvenil e também cria uma empatia entre essas famílias, aumentando essa conexão, além de fortalecer esses laços familiares de proteção e cuidado”, explicou Rossi.

Todas as informações serão enviadas para escolas municipais, estaduais e privadas da Bahia, a fim de garantir o acesso de todos a esse conhecimento e à plataforma.

“Faremos ações também nas escolas, distribuindo material informativo para disseminar esse conhecimento e tornar essa missão de proteger crianças e adolescentes real”, acrescentou a promotora.

De acordo com dados da pesquisa TIC Kids Online Brasil 2024, 93% das crianças e adolescentes de 9 a 17 anos no país utilizam a internet, e quase 3 em cada 10 relataram ter vivido situações ofensivas online. O estudo também aponta o contato frequente de jovens com desconhecidos e episódios de discriminação nas redes, reforçando a importância de políticas públicas e educativas de proteção digital.

Presente na cerimônia de lançamento, a assistente social e mãe de dois adolescentes, Bruna Silva, contou que já adota medidas de acompanhamento e filtragem do conteúdo acessado pelos filhos.

“O acesso hoje à internet, além dos inúmeros apelos para a infância e principalmente para a juventude, demanda alguma atenção maior, tanto por parte dos pais, dos educadores e da sociedade em geral. [...] Para além disso, enquanto mãe, eu já tomo alguns cuidados com relação ao acesso de conteúdos nas redes que os meus filhos acessam, mas a partir dessa iniciativa tive acesso a outras informações importantes, principalmente no que diz respeito à garantia dos direitos das crianças e adolescentes diante das violações que ocorrem no ambiente virtual”, disse.

Assistente social e mãe de dois adolescentes, Bruna Silva
Assistente social e mãe de dois adolescentes, Bruna Silva | Foto: Clara Pessoa/Ag. A TARDE

Conscientização e prevenção

Compondo a mesa do seminário “Um olhar para a vítima: reconhecimento, acolhimento e garantia de direitos”, a vereadora de São Paulo Ana Carolina Oliveira, autora do projeto ‘Silêncio que Grita’, ressaltou que a iniciativa busca promover a conscientização contra o abuso, a violência e a exploração sexual infantil.

“Esse tema tem sido uma prioridade para mim. [...] O meio digital veio para ficar e precisamos saber como lidar e trabalhar com ele. Achar que os nossos filhos estão seguros só porque estão atrás de uma tela é um engano, porque o perigo pode estar em todos os lugares. Cabe a nós, pais, fazermos esse monitoramento e esse cuidado com eles”, disse.

Vereadora de São Paulo Ana Carolina Oliveira, autora do projeto ‘Silêncio que Grita’
Vereadora de São Paulo Ana Carolina Oliveira, autora do projeto ‘Silêncio que Grita’ | Foto: Clara Pessoa/Ag. A TARDE

A ação de enfrentamento à violência digital será veiculada em TVs, rádios, sites e outdoors com a mensagem central: “O cuidado não pode ficar só no off. Proteja crianças e adolescentes da violência no ambiente digital”.

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Tags:

Cyberbullying Inteligência Artificial MPBA SaferNet Brasil segurança na internet violência digital

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