CULTURA OU ENTRETENIMENTO?
Fernando Guerreiro critica divisão no Carnaval de Salvador: "Maluquice"
Guerreiro enalteceu reconhecimento do Carnaval de Salvador como manifestação da cultura nacional

Por Beatriz Santos e Edvaldo Sales

O presidente da Fundação Gregório de Mattos (FGM), Fernando Guerreiro, comentou o reconhecimento do Carnaval de Salvador como manifestação da cultura nacional. O gestor comentou sobre o assunto durante o I Painel Viva Cultura Salvador, que acontece nesta quarta-feira, 17, no Teatro Gregório de Mattos.
Em entrevista exclusiva ao Portal A TARDE, Guerreiro abordou a importância desse reconhecimento e fez uma crítica incisiva ao hábito de se acreditar que entretenimento não é cultura. “Existe uma confusão enorme, porque, para mim, entretenimento é cultura. Então, isso sempre foi claro para mim. É uma maluquice essa divisão”, iniciou.
Ele citou a diversidade e o impacto da folia: “Quantos cantores têm no Carnaval, quantos movimentos existem, escolas de samba, blocos afro… como isso não é cultura? Para mim, não existe essa separação.”
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Guerreiro ressaltou que outros grandes eventos também reforçam a cultura: “Quando você faz um grande festival, como o The Town, o que é aquilo senão cultura? Quantos artistas estão se apresentando ali? Quando você vai agora para a COP30, tem vários shows, Festival Amazônia… tudo isso é cultura.”
Segundo ele, o reconhecimento oficial do Carnaval ajuda a superar preconceitos. “Esse reconhecimento do Carnaval de Salvador como movimento cultural ajuda a diminuir esse abismo, que, para mim, é ignorante, um preconceito muito grande.”
O Carnaval é um movimento cultural, genuinamente um movimento cultural fortíssimo, que gera muito recurso para a cidade e para o estado. Isso sempre precisa ser levado em conta
Já a titular da Secretaria de Cultura e Turismo (Secult), Ana Paula Matos, destacou que o reconhecimento é mais um “fortalecimento do Carnaval como marca da cidade, história, expressão de um povo, da sua ancestralidade e da sua mistura”.
“Eu brinco que a grande riqueza da Bahia são os baianos, a gente faz o carnaval, vive o carnaval, trabalha se divertindo, se diverte trabalhando, mas faz também de modo profissional, organizado, com logística, com infraestrutura, com reuniões, onde se pensa na arte, na cultura, mas também na vida e em qualidade de vida para os baianos e para os turistas. Ter uma marca como essa faz o mundo discutir mais. Tem o valor do subjetivo”, finalizou.
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