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LITERATURA

Manuela d’Ávila comenta polêmica com Cíntia Chagas e defende feminismo

Ativista refletiu sobre desigualdade de gênero e a necessidade de transformar o feminismo em luta coletiva

Beatriz Santos

Por Beatriz Santos

24/10/2025 - 19:36 h | Atualizada em 24/10/2025 - 19:48
Manuela d’Ávila lembrou de críticas e ataques que enfrentou
Manuela d’Ávila lembrou de críticas e ataques que enfrentou -

Durante sua participação na mesa “Desafiar”, realizada no segundo dia da FLICA 2025, a jornalista e ativista feminista Manuela d’Ávila aproveitou a oportunidade para discutir feminismo, igualdade de gênero e a importância de transformar o espaço público em um ambiente seguro e inclusivo para todas as mulheres.

A jornalista destacou que a luta feminista precisa ser coletiva e politizada. “Eu me abasteço para tentar transformar esse mundo em lugar que seja bom para que todas nós vivamos do jeito que quisermos ser. E, para isso, é preciso transformar o feminismo num instrumento de luta política", iniciou.

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"Esse feminismo que nos engaja em um projeto de transformação radical, de emancipação de todas nós”, completou.

A mediadora, professora Georgina Gonçalves, instou Manuela a comentar a polêmica recente envolvendo a influenciadora digital e educadora Cíntia Chagas, que revelou publicamente ter sofrido violência doméstica e reconheceu que sua antiga posição antifeminista era uma forma de fuga, fruto de uma lógica conservadora que reduz a felicidade das mulheres à conquista de um casamento.

Hoje, Cíntia avalia o feminismo como causa suprapartidária e confessa ter recebido mais apoio de mulheres da esquerda do que da direita.

“Aquele debate foi tão forte e tocou a todos nós, porque diz muito sobre emancipação. É preciso construir pontes e parar de dizer que estamos certas, e tentar trazer outras mulheres e outros homens pro nosso lado da luta, da emancipação das mulheres. Ainda que essa luta não seja igual entre mulheres brancas, negras, ricas e pobres”, ressaltou Manuela.

A ativista também refletiu sobre como as mulheres são educadas para priorizar o outro e não se colocarem como protagonistas de suas próprias histórias.

“Amar o próximo como a nós mesmas não é simples. Nós somos educadas para pensar só no outro e jamais em nós mesmas como protagonistas da história. E, portanto, somos capengas na possibilidade de transformação. Acho que a gente precisa de uma equação, talvez um novo poder, um poder em que as mulheres se coloquem dentro da sociedade”, disse, recebendo aplausos da plateia.

Durante o debate, Manuela ainda lembrou que as críticas e ataques que enfrentou, inclusive durante eleições passadas, revelam a caricatura construída sobre o feminismo e sobre mulheres públicas.

“Nada do que nós fazemos é capaz de superar a violência que sofremos individualmente, porque ela é coletiva. É uma sacanagem parecer que é sobre uma de nós quando é sobre todas as mulheres. O meu feminismo não é pra reafirmar quem eu sou; eu fui a mulher mais votada proporcionalmente no Brasil, e o que adiantou? Pra eu ficar vaidosona? Não! A nossa luta é pra mudar o mundo e não pra ser feliz só”, concluiu.

Bárbara Carine aborda racismo e identidade da juventude negra na Flica 2025

Bárbara Carine contou que, por muito tempo, não se sentia pertencente ao espaço universitário
Bárbara Carine contou que, por muito tempo, não se sentia pertencente ao espaço universitário | Foto: Divulgação

Durante o segundo dia da Flica 2025, nesta sexta-feira, 24, na tenda Paraguaçu, a educadora e pesquisadora Bárbara Carine, conhecida como a “intelectual diferentona”, participou da mesa “Desafiar” ao lado da jornalista e ativista Manuela d’Ávila. Ela emocionou a plateia ao relatar sua trajetória acadêmica e o processo de reencontro com sua própria identidade.

Bárbara contou que, por muito tempo, não se sentia pertencente ao espaço universitário. Entre a graduação e o mestrado, buscava se manter “quieta” para não ser notada. Esse sentimento começou a mudar quando passou a ocupar o lugar de professora.

“Quando eu me torno professora, eu vou pra outro lugar. Mas não é simplesmente porque eu virei professora, é pelos conhecimentos que eu acessei, pelos meus ancestrais que explodiram as casas da vida”, destacou.

“Como eu não ia me sentir cientista, se ao descobrir a química ancestral africana eu entendi, pela primeira vez, que o conhecimento também tem cor, território e memória”, afirmou, sob aplausos da plateia.

Para Bárbara, assumir a docência vai além de uma função profissional, é um gesto político e de afirmação. “Todo sistema antidemocrático começa controlando a educação. É por isso que ser professora é um ato de coragem”, declarou.

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