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LITERATURA

Bahia vai sediar Festa Literária dos Povos Indígenas em maio

I Festa Literária Estudantil dos Povos Indígenas do Território de Itaparica (Flepiti) acontece, de 16 a 21 de maio

Redação

Por Redação

28/04/2025 - 16:02 h
I Festa Literária Estudantil dos Povos Indígenas do Território de Itaparica (Flepiti)
I Festa Literária Estudantil dos Povos Indígenas do Território de Itaparica (Flepiti) -

Uma festa multicultural com seis dias de duração promete movimentar Paulo Afonso e demais municípios do território de Itaparica, no semiárido baiano. A I Festa Literária Estudantil dos Povos Indígenas do Território de Itaparica (Flepiti) acontece, de 16 a 21 de maio, com o tema ‘Memórias Opará, o rio de nossos ancestrais’.

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Nos três primeiros dias, o evento terá formato itinerante, passando por comunidades indígenas nos municípios de Rodelas, Glória e Abaré, e nos outros três dias o evento vai acontecer no Colégio Estadual de Tempo Integral de Paulo Afonso (CETIPA).

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Na programação tem palestras, lançamento de livro, encontros e debates literários, performances, oficinas, feira cultural, cineclube (exibição de documentários), apresentações musicais e poéticas.

Com curadoria assinada pelo escritor e pesquisador indígena Ezequiel Tuxá e pelo doutor em Literatura e Cultura e professor da UNEB, Marielson Carvalho, a expectativa é que o evento reúna estudantes, professores, indígenas da região, inclusive suas lideranças, escritores, intelectuais, artistas e todos os interessados na cultura dos povos originários.

“É um evento aberto à comunidade, uma Festa para celebrar a riqueza e diversidade da cultura indígena, destacando a importância da relação entre as águas do rio São Francisco (Opará), suas memórias e histórias, com atividades que abrangem literatura, artes visuais, cinema, dança, teatro, música e artesanato”, destaca Ezequiel Tuxá.

Segundo ele, o próprio tema do evento já tem essa expectativa de reposicionar o interesse sobre o legado que os povos originários deixaram para suas gerações no Território de Identidade de Itaparica e ampliar a visibilidade desses saberes.

“Esperamos que o trabalho literário, artístico e cultural de autores locais convidados para a Flepiti possa ser expandido e ganhe outros espaços de leitura e formação, com a possibilidade de outras participações em eventos com foco nas culturas indígenas”, destaca Marielson Carvalho. “Outra expectativa é que a partir das mesas, oficinas e rodas de conversa, consigamos ampliar o interesse pela leitura de textos indígenas nas escolas indígenas e não-indígenas do Território”, acrescenta.

Durante a programação da Flepiti, haverá o lançamento do livro ‘Truká-Tupan, Textos sobre a Trajetória da Educação”, da professora indígena Eliane Rodrigues da Silva, da Aldeia Truká Tupan.

Abertura com ritual sagrado e show em Paulo Afonso

A abertura da programação em Paulo Afonso será no dia 19, às 8h, com o Toré, ritual sagrado que reúne várias etnias indígenas do Nordeste brasileiro. “Através do ritual, reconhecemos a terra onde pisamos como viva, sagrada e habitada por memórias. É uma maneira de saudar os encantados, pedir proteção, e alinhar o espírito do encontro à cosmovisão dos povos originários”, explica Ezequiel Tuxá.

No mesmo dia, às 18h, também haverá um show da cantora, compositora e poeta, Beatriz Tuxá, oriunda do povo Tuxá, localizado no Oeste da Bahia. Como ativista da causa indígena, Beatriz procura desenvolver projetos que promovam a visibilidade à cultura dos povos originários.

Toda programação em Paulo Afonso vai acontecer no Espaço Aldeia Mãe, que funcionará no CETIPA.

Espaço Aldeia Mãe

O Espaço Aldeia Mãe será montado dentro da quadra coberta do Colégio Estadual de Tempo Integral de Paulo Afonso (CETIPA) com a proposta de realizar um encontro de culturas e identidades das etnias, promover a fruição da arte, da história e da memória dos povos indígenas do território. O espaço abrigará stands e pontos de cultura das representações indígenas, com exposição dos artesãos de cada aldeia participante.

“Os visitantes poderão conhecer cada aldeia presente, ter contato com a história e sua identidade através do artesanato”, afirma Ezequiel Tuxá, um dos curadores da Festa Literária.

Na Aldeia Mãe haverá um palco alternativo para apresentações culturais.

Exposição fotográfica

O Pátio Central do CETIPA vai receber uma exposição de fotos intitulada “Identidade e Memória Indígenas do Território de Itaparica” com imagens produzidas por alunos de todos os colégios estaduais indígenas do território. “A exposição é uma forma de envolver estudantes indígenas nesta iniciativa cultural”, afirma o curador Marielson Carvalho.

Ao todo serão cinco fotos de cada escola, num total de 30 fotografias que serão ampliadas em preto e branco e expostas. Os estudantes autores das três melhores fotos selecionadas pela curadoria do evento serão premiados.

O Sertão do São Francisco é Terra Indígena

No dia 21, às 15h, destaque para a mesa “As Águas Passam, As Aldeias Ficam: O Sertão do São Francisco é Terra Indígena”, que terá como convidado o historiador, escritor e ativista indígena e ambientalista, Edson Kayapó, originário do povo Mebengokré, natural do Amapá

A mesa será mediada por Ezequiel Tuxá. A proposta é promover uma reflexão sobre os rumos da população indígena do Território de Itaparica, mas também do Brasil, abordando questões que impactam o usufruto da terra como espaço sagrado e ancestral, histórico e social, ambiental e cultural, de modo a compartilhar ações políticas, ativistas, artísticas e jurídicas para emancipação dos povos indígenas.

Música ancestral

A apresentação do músico e compositor Wakay é uma das atrações da FLEPITI, no dia 20, às 18h. Nascido na aldeia Kariri-Xocó, em Alagoas, e criado na aldeia pernambucana Fulni-ô, Wakay é um representante dos povos indígenas do Nordeste.

Ainda muito jovem, Wakay desenvolveu suas habilidades artísticas, seja na perfeita imitação de sons da natureza como o canto do pássaro, seja na criação de instrumentos musicais com recursos naturais das matas que circundavam as suas aldeias em Alagoas e Pernambuco.

Aos 17 anos, saiu da aldeia e morou na região de Salvador, onde aprendeu a língua portuguesa, bem como iniciou diversos trabalhos, nacionais e internacionais, compartilhando os conhecimentos ancestrais.

Wakay é Doutor Honoris Causa, título concedido pela Universidade de Artes Cênicas de Paris.

Show de Kaê Guajajara vai encerrar a Festa Literária

A artista Kaê Guajajara vai levar sua Música Popular Originária - MPO para o encerramento da FLEPITI, no dia 21, às 18h. Cantora, compositora, arte-educadora, atriz, autora e ativista, seu trabalho musical tem como base a inovação e as raízes ancestrais indígenas, matriz da música brasileira com diversas influências culturais que continuam a moldar e redefinir o cenário musical no Brasil e além. Nascida no Maranhão e criada no complexo de favelas da Maré, no Rio de Janeiro, Kaê é engajadora da MPO: Música Popular Originária, e expande a partir de suas composições e musicalidade, a visibilidade dos povos origináriosno contexto do mundo presente.

Seu trabalho musical apresenta cantos e sonoridades inéditas com influências de ritmos ancestrais indígenas, trazendo à tona assuntos de importância político-social, no intuito de educar, conscientizar e convidar os seus ouvintes para a missão coletiva sobre o bem viver, estabelecendo um elo entre ancestralidade e futuro.

No ano passado, a artista integrou o line-up do Festival Rock in Rio 2024 com o show inédito “Para Sempre Favela é Terra Indígena”.

Território de Itaparica

Com a maioria de seus municípios banhados pelo rio São Francisco, Itaparica é um território de identidade que fica no norte da Bahia, na divisa com Pernambuco, Sergipe e Alagoas, e possui uma forte presença de aldeias indígenas com 10 diferentes povos: Tuxá, Tuxí, Tumbalalá, Xukuru- -Kariri, Kantaruré, Pankararé, Truká Tupan, Atikúns, Kariris Xokós e kambiwá karwará.

As comunidades indígenas ficam nos municípios de Abaré, Glória, Rodelas e Paulo Afonso.

Acessibilidade

Durante a FLEPITI, todo o conteúdo das rodas de conversas, mesas e debates da programação terá tradução em libras. Além disso, o espaço escolhido para sediar o evento, o CETIPA, é 100% adaptado para universalizar o acesso, com rampas, banheiros adaptados, piso táctil, placas.

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Tags:

Flepiti literatura

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