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Coluna do Tostão

Por Tostão*

Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina
ACERVO DA COLUNA
Publicado domingo, 08 de junho de 2025 às 3:09 h | Autor:

Brasil de Ancelotti empata e revela limites e lições para o futuro

A coluna de Tostão analisa o empate contra o Equador e o desafio de modernizar o futebol brasileiro

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Carlo Ancelotti no Estádio Monumental, em Guayaquil
Carlo Ancelotti no Estádio Monumental, em Guayaquil -

Se o treinador da Seleção fosse qualquer outro brasileiro, diriam que ele organizou uma forte retranca no empate por 0x0 contra o Equador. Os sete defensores (quatro da defesa e três do meio campo), às vezes oito com o recuo de Estevão pela direita, bloquearam a entrada da área com eficiência. Equador não teve uma única clara chance de gol, por causa do posicionamento e qualidade dos defensores e da enorme deficiência dos atacantes equatorianos. Os dois titulares, Valencia, que joga no Inter, e Plata, no Flamengo, fizeram muita falta.

O estrategista Ancelotti, preocupado com o grande número de gols sofridos pela seleção nas eliminatórias, planejou a marcação recuada para atrair o Equador e contra atacar com os velozes Vini e Estevão. Funcionou bem apenas a primeira parte. Faltou a mais importante. Esta é a grande transformação do futebol nos últimos anos nas grandes equipes, de valorizar muito mais a beleza e os lances ofensivos do que defensivos.

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Os três meio campistas do Brasil marcaram muito, mas não conseguiram sair da marcação, trocar passes e ter o domínio da bola. Nas poucas vezes que Vini e Estevão tinham a bola não conseguiam driblar os marcadores. Richarlison, quando recebia a bola, entregava para o adversário.

Casemiro virou o pilar no meio-campo de Ancelotti
Casemiro virou o pilar no meio-campo de Ancelotti | Foto: @rafaelribeirorio I CBF

Casemiro comandou o sistema defensivo. O estreante zagueiro Alexsandro esteve muito bem. É alto, forte, rápido e tem um bom passe. Ele e Marquinhos fizeram uma ótima dupla. Os dois laterais, que não passaram do meio campo, também marcaram bem.

Próximo desafio Ancelotti

Na terça-feira, contra o Paraguai deve ser diferente e melhor. Mesmo se Ancelotti mantiver todos os titulares, a equipe deve ter mais a bola e criar chances de gols. Gerson e Bruno Guimaraes precisam se aproximar mais dos três da frente.

Atuar com três meio-campistas, como fez o Brasil, não significa jogar com três volantes. Portugal e Espanha, que farão hoje a final da Liga das Nações, atuam com três no meio campo e são times que se destacam pelo ataque. Os três, de cada equipe, são habilidosos, possuem ótima técnica e deslizam no gramado, de uma intermediária a outra. Marcam, criam e atacam. É bonito vê-los jogar.

Está ultrapassado atuar com dois volantes apenas marcadores em linha, com um meia de ligação camisa 10 centralizado e responsável por toda armação das jogadas, além de dois pontas abertos, isolados e um centroavante estático finalizador, camisa 9. Cristiano Ronaldo, que fez o gol da vitória por 2x1 de Portugal sobre Alemanha, é uma merecida exceção, pois tem 40 anos e talvez seja o maior finalizador da história do futebol, o que não significa que seja o melhor jogador de todos os tempos, como ele acha que é.

Futebol europeu em outro nível

Enquanto o Brasil carece de craques no meio campo, que atuam de uma intermediaria a outra, sobram esses jogadores nas seleções de Portugal e da Espanha. Por outro lado, as duas seleções mostraram problemas defensivos. Nada é perfeito.

As minhas esperanças são as de que Ancelotti forme um time equilibrado, muito bom na defesa, no meio campo e no ataque. Mais que isso, que a seleção seja o gatilho para uma transformação do futebol brasileiro, dentro e fora de campo, no gramado, na organização e na compreensão da maneira de ver o futebol moderno.

*Tostão é cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970.

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