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Histórico! Netflix compra a Warner Bros. por mais de R$ 400 bilhões
Gigante do streaming venceu a “concorrência” na disputa pela Warner Bros. Discovery

Por Edvaldo Sales

Uma das maiores negociações da indústria do entretenimento global ganhou mais um capítulo histórico: após negociação, a Netflix anunciou nesta sexta-feira, 5, um acordo para adquirir a Warner Bros. Discovery (WBD).
A operação combina dinheiro e ações — avaliando a WBD em US$ 27,75 por ação — e totaliza quase US$ 83 bilhões (R$ 424 bilhões) em valor empresarial, com US$ 72 bilhões em valor de mercado para os acionistas. A Netflix diz que junto com a Warner, irá definir o próximo século do entretenimento.
Sob os termos do acordo, os acionistas da WBD receberão US$ 23,25 em dinheiro + US$ 4,50 em ações da Netflix por ação WBD, com um mecanismo (“collar”) que ajusta a proporção de ações dependendo do preço da Netflix antes do fechamento.
O fechamento está condicionado à separação da divisão Global Networks da WBD (que inclui canais como CNN, TNT e Discovery), que será transformada em uma nova empresa chamada Discovery Global, prevista para o terceiro trimestre de 2026. Só depois dessa cisão a aquisição pela Netflix deve ser finalizada.
O que muda na Netflix?
- A Netflix alavanca seu crescimento ao incorporar um vasto catálogo histórico de filmes e séries, incluindo ativos premium como HBO/HBO Max, além de estúdios e franquias icônicas.
- A ação representa uma mudança significativa no modelo tradicional da Netflix, que até então crescia principalmente por produção orgânica e licenciamento, e agora passa a integrar grandes ativos tradicionais de Hollywood.
- A operação ainda dependerá de aprovações regulatórias, podendo enfrentar escrutínio antitruste.
Leilão
Antes do anunciou do acordo para a compra, a Netflix venceu o leilão pela Warner Bros. Discovery. Segundo o Deadline, depois que venceu a “concorrência”, a gigante do streaming passou a negociar sozinha e diretamente com a Warner para ser a nova proprietária da marca.
A Netflix fez uma oferta que gira em torno de US$ 28 a US$ 30 por ação, com pagamento majoritariamente em dinheiro e a inclusão de uma breakup fee (taxa pela quebra contratual) de US$ 5 bilhões para o caso de bloqueio regulatório. A proposta supera rivais como Paramount Skydance e Comcast, que buscavam partes do conglomerado, mas ficaram atrás na fase final das ofertas.
O acordo coloca sob responsabilidade da Netflix toda a operação de streaming, cinema e TV da Warner Bros. Também fica nas mãos da empresa a infraestrutura do estúdio, suas divisões de produção e distribuição, o catálogo histórico de filmes e séries, além de marcas globais como DC, HBO, Harry Potter e conteúdos de canais lineares como TNT, TBS e CNN International (em suas unidades de entretenimento).
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Mudança de estratégia
A aquisição da Warner Bros. Discovery pela Netflix marca uma mudança na estratégia da gigante do streaming, que historicamente cresceu com produções próprias e licenciamento. Sob sua gestão, o estúdio Warner passaria a operar com fluxo próprio, mantendo lançamentos de cinema com janelas tradicionais e uma estrutura híbrida entre streaming e exibições teatrais — uma expansão do modelo atual da plataforma.
No entanto, o negócio enfrenta resistência, pois cineastas e produtores pediram ao Congresso dos EUA um escrutínio antitruste — que consiste em um exame minucioso de empresas e indústrias por agências reguladoras governamentais para prevenir práticas anticompetitivas e garantir a concorrência leal no mercado — rigoroso, alegando risco de concentração de mercado.
Além disso, legisladores solicitaram avaliações detalhadas sobre impacto em concorrência, distribuição e relações trabalhistas no audiovisual.
Favorecimento para a Netflix?
A Paramount Skydance chegou a questionar durante o processo a lisura da venda e acusou a WBD de favorecer a Netflix. A empresa defendeu a criação de um comitê independente para avaliar as propostas, enquanto grupos políticos republicanos também demonstraram preocupação pública com a expansão da Netflix sobre operações de TV e cinema.
Quais os próximos passos
Depois do leilão, as negociações seguiram exclusivas por prazo limitado. O acordo ainda precisa passar pelo crivo dos reguladores — etapa que pode se prolongar ao longo de 2026.
A iniciativa da Netflix despertou a atenção de órgãos reguladores nos Estados Unidos. Em novembro, o representante republicano Darrell Issa enviou uma carta à procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, ao presidente da FTC, Andrew Ferguson, e à procuradora-geral adjunta da Divisão Antitruste do Departamento de Justiça, Gail Slater.
A Netflix domina o mercado de streaming, e a possível compra da HBO Max representaria uma grande ruptura no setor. Por causa dessas questões, a Paramount teria enviado uma carta à equipe jurídica da Warner alertando que a negociação com a Netflix pode não avançar devido à atuação dos órgãos reguladores, além de acusar a empresa de favorecer seu próprio serviço de streaming nas tratativas.
O começo de tudo
Em 21 de outubro, após meses de especulação, a Warner Bros. Discovery admitiu estar aberta a propostas de aquisição. Entre os principais nomes interessados no estúdio, estavam a Apple, Paramount Skydance e NBCUniversal. Segundo rumores, a Paramount Skydance foi a empresa mais incisiva nas tentativas de aquisição, oferecendo múltiplas propostas a Warner Bros.
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