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ARTE

Festival em Salvador tem 6 dias de espetáculos e oficinas

Evento promove espetáculos nacionais e internacionais, oficinas, seminários e lançamentos de livros

Maiquele Romero*

Por Maiquele Romero*

26/10/2025 - 14:03 h
Festival Internacional de Artes Cênicas da Bahia (FIAC)
Festival Internacional de Artes Cênicas da Bahia (FIAC) -

De 28 de outubro a 2 de novembro, Salvador recebe a 16ª edição do Festival Internacional de Artes Cênicas da Bahia (FIAC), um dos mais importantes do país. Serão 15 espetáculos, além do Seminário Internacional de Curadoria e Mediação, oficinas, encontros e lançamentos de livros.

A programação ocupa dez espaços da cidade, com atividades gratuitas e ingressos a preços populares (R$ 30 a inteira e R$ 15 a meia), todos com tradução e interpretação em Libras.

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Este ano, o tema “Que Bahia é essa?” conduz a programação do festival. Para os coordenadores gerais, Rita Aquino e Felipe de Assis, a pergunta se tornou um caminho para repensar o papel do festival e o seu compromisso com o estado da Bahia. “Mais do que um tema, é uma forma de nos colocar em movimento”, afirmam.

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A cena brasileira

A programação artística do FIAC Bahia 2025 traz obras como o musical Luiz Lua Gonzaga (PE), a performance A Ópera do Aldeão (Camarões), o espetáculo infantil Meninas Contam a Independência (BA), o espetáculo de dança Dembwa (BA) e as montagens de teatro adulto Ana e Tadeu (BA) e A verdade vencerá (França), entre muitos outros trabalhos com artistas de Manaus, Fortaleza, Recife, Feira de Santana, Salvador, Camarões, França, Burkina Faso e Burundi.

A abertura acontece no Teatro Sesc-Senac Pelourinho, com Édipo REC, do Magiluth, grupo pernambucano que completa 20 anos e é referência no teatro contemporâneo brasileiro. Misturando teatro e audiovisual, a peça transforma Tebas em uma metrópole como Salvador, onde a tragédia se desdobra em festa comandada por um “rei-DJ-de-tecno-brega”.

Para o ator e dramaturgo Giordano Castro, o espetáculo é uma celebração da trajetória do grupo e do próprio fazer teatral: “Nada mais justo a gente fazer uma comemoração como essa, montando talvez um dos principais textos clássicos teatrais”. Mas não é só isso, “nessa busca por se celebrar, o peso das questões humanas acaba se colocando de uma forma muito forte também e vai dando materialidade para o que é a tragédia”, comenta.

Festival Internacional de Artes Cênicas da Bahia (FIAC)
Festival Internacional de Artes Cênicas da Bahia (FIAC) | Foto: Divulgação

Já a Panaceia, grupa de teatro (assim mesmo, com a), coletivo feminino baiano com 17 anos de trajetória, apresenta Meninas Contam a Independência, indicado ao Prêmio Bahia Aplaude 2024. Em formato de “peça-jogo”, a obra resgata heroínas como Joana Angélica, Maria Quitéria, Maria Felipa, Urânia Vanério e a Cabocla, convidando crianças e adultos a participarem da narrativa.

“A gente entende que a cada menina, a cada menino que conhece uma heroína, que admira uma mulher, algo se transforma”, afirma Ana Luisa Fidalgo, atriz, dramaturga e cofundadora do Panaceia.

Para Camila Guilera, também cofundadora do coletivo, o FIAC amplia o alcance da obra. É uma oportunidade de que a peça seja vista por artistas, curadores e críticos, e ao mesmo tempo chegar a crianças e escolas em bairros como Ribeira e Alagados.

“Esse é o sentido de tudo, essa troca com as crianças, e a gente espera escutá-las como sempre, porque o nosso espetáculo faz perguntas para serem respondidas pelas crianças da plateia”, reforça Camila.

Do local ao global

Este ano, o festival reforça sua dimensão global ao reunir artistas do Brasil, da África e da Europa. A programação inclui espetáculos de Camarões, Burkina Faso e Burundi, em diálogo com produções locais.

“A Bahia é um território fundamental da diáspora negra e nesta edição temos uma programação que coloca isso em evidência, com uma diversidade de pautas e abordagens artísticas que mobilizam imaginários, transformam lutas em linguagem cênica e afirmam a vida”, destaca Rita.

Felipe completa: “O espaço da arte permite criar mundos possíveis, experimentar, ainda que por uma fração de segundo ou uma hora de espetáculo, outras realidades. E fazermos isso juntos, em comunidade”.

Memória viva

Um dos destaques da programação é o lançamento do livro Teatro Experimental do Negro: histórias, críticas e outros dramas, do pesquisador Guilherme Diniz.

Fundado em 1944 por Abdias Nascimento, o Teatro Experimental do Negro (TEN) foi um movimento pioneiro que revolucionou a cena cultural brasileira, ao criar oportunidades inéditas para atores negros, promover congressos e cursos e lançar o jornal Quilombo.

Festival Internacional de Artes Cênicas da Bahia (FIAC)
Festival Internacional de Artes Cênicas da Bahia (FIAC) | Foto: Divulgação

“O TEN ampliou as possibilidades de se fazer e de se pensar teatro a partir da presença negra das culturas e dos pensamentos afro-brasileiros. E eu acho que o TEN nos inspira na contemporaneidade a buscar sempre inventividade, pesquisa, modos outros de conceber a cena”, explica Guilherme.

Sobre o lançamento no festival, o pesquisador afirma: “É verdadeiramente um prestígio dialogar no FIAC e nessa cidade, Salvador, que tem uma presença negra tão expressiva e fundamental. Discutir a história do TEN nesse território é uma grande satisfação”.

A arte como direito

Além dos espetáculos, esse ano o Seminário Internacional de Curadoria e Mediação chega à sua 10ª edição, como um marco formativo do FIAC.

Nesta edição, o seminário reúne nomes como o ator e diretor Freddy Sabimbona (Burundi), a encenadora Onisajé (BA) e o pesquisador Guilherme Diniz (MG) para discutir conexões entre o teatro negro no Brasil e na África.

Além do seminário, a programação inclui oficinas artísticas e técnicas, encontros e atividades de mediação cultural, que aproximam estudantes, comunidades e artistas.

“O FIAC Bahia tem um compromisso muito grande com o desenvolvimento artístico local. Todo o festival é pensado nesta perspectiva, mas eu destacaria o papel do Programa de Mediação Cultural como marca transformadora que o festival deixa na cidade. O FIAC vem trabalhando com mediação desde 2011, investindo na promoção do acesso às artes como um direito cidadão”, resume Rita Aquino.

Com espetáculos que transitam entre a festa e a tragédia, a memória e a infância, a Bahia e o mundo, o FIAC 2025 reafirma sua missão de fortalecer artistas, públicos e territórios culturais. Em seis dias, Salvador se abre como espaço de trocas, de convivência e de invenção.

Como sintetiza Felipe de Assis: “O papel da arte é sim abrir caminhos, mostrar caminhos, pensar caminhos, formular possibilidades de existir”.

FIAC BAHIA 2025 / De terça-feira (28) até domingo (2.11) / Teatros, museus e espaços culturais de Salvador / R$ 30 e R$ 15 / Vendas: Sympla / Atividades formativas gratuitas mediante inscrição no site / Programação completa: www.fiacbahia.com.br

*Sob supervisão do editor Chico Castro Jr.

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