AUDIOVISUAL
Exposição do CEDOC A TARDE no Open Air Brasil destaca 100 anos do cinema na Bahia
Evento parceiro do Grupo A TARDE começa na terça, 30, e conta com mostra que traz cenas que marcaram o cinema baiano

Por João Paulo Barreto | Especial para A TARDE*

Na história do cinema baiano, A TARDE manteve sempre um olhar atento para o registro e preservação de momentos capitulares dessa expressão audiovisual que sempre dialogou com o povo e a cultura locais e registrou para a perenidade, os retratos de épocas já engolidas pelo tempo. Sendo o mais antigo veículo midiático em atividade na Bahia, o jornal de 113 anos testemunhou diversos episódios do desenvolvimento do cinema no Estado.
Agora, parte desses registros, após uma seleção curatorial feita a partir dos arquivos do Centro de Documentação e Memória – CEDOC do jornal, serão levados a público em uma exposição no Open Air Brasil, parceiro do Grupo A TARDE. O evento, apresentado pelo Ministério da Cultura e patrocinado pelo Nubank, acontece a partir dessa terça-feira, 30, e segue até 12 de outubro, no Centro de Convenções de Salvador, com exibição de filmes e shows.
Na mostra, o público presente poderá conhecer um pouco da trajetória do cinema feito na Bahia a partir de fotografias históricas com cenas de filmes emblemáticos, como Barravento e A Grande Feira, atores e atrizes; além de realizadores baianos, em registros nos sets de filmagem, ou de produções nacionais filmadas na Bahia, como Dona Flor e Seus Dois Maridos, de Bruno Barreto, e O Pagador de Promessas, de Anselmo Duarte, dois filmes inspirados em autores baianos, respectivamente: Jorge Amado e Dias Gomes.
Textos preservados no CEDOC, como as críticas escritas pelo saudoso João Carlos Sampaio, também complementam a mostra. Um site foi criado para que o visitante possa ter acesso mais aprofundado à história do audiovisual local.
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Trajetória documentada
A história centenária do cinema baiano teve início no final da primeira década do século XX com os filmes, infelizmente perdidos, de Diomedes Gramacho e José Dias da Costa, passando pelos registros de Alexandre Robatto, que viria a influenciar nomes como os de Roberto Pires, Trigueirinho Neto, Luiz Paulino dos Santos, Glauber Rocha e tantos outros.
A partir dos anos 1950, a produção cinematográfica no Estado passa por movimentos como o ‘udigrudi’ baiano; o da Geração Super 8; o da leva imprescindível de curtas-metragens; e a retomada nos anos 2000 até a época digital, com uma produção cada vez mais crescente.
Em todas essas fases, a produção local refletiu a própria época, criando imagens que se tornariam icônicas e ajudando a consolidar a reflexão sobre a função social do olhar cinematográfico.
Fotos e registros
O Centro de Documentação e Memória – CEDOC de A TARDE completou 47 anos agora em 2025 e resguarda a memória institucional do Grupo A TARDE em seus 113 anos, além da história social e cultural da Bahia nesse período.
O acervo é formado por mais de 100 mil pastas de fotografias e documentos, negativos, microfilmes e uma hemeroteca digital com todas as edições de A TARDE, desde a fundação do jornal, em 15 de outubro de 1912.
Para a exposição no Open Air foram pesquisadas, inicialmente, 115 imagens de filmes, diretores e artistas das cenas local e nacional; além de levantadas reportagens desde os anos 1950 até os dias atuais.
Na mostra, estarão 19 dessas imagens, ampliadas em painéis visíveis na chegada do público ao evento. No site criado a partir da mostra, será possível conferir uma seleção de mais de 50 imagens e a íntegra de reportagens, bem como uma linha narrativa com os principais fatos do cinema feito na Bahia nos últimos 100 anos.
*Colaborou Andreia Santana, coordenadora do CEDOC
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