BRASIL
Médica que fraudou cota para negros vai pagar R$ 720 mil em reparação
Mariana Barbosa Lobo ingressou na instituição de ensino em 2018 e se formou em 2024

Por Victoria Isabel

Uma médica acusada de ingressar de forma irregular no curso de Medicina da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) terá de pagar R$ 720 mil em reparação. Mariana Barbosa Lobo entrou na instituição em 2018 por meio de uma vaga destinada a candidatos autodeclarados pretos, pardos ou indígenas, mas foi denunciada por fraude no sistema de cotas.
Mesmo respondendo a um Processo Administrativo Disciplinar, ela conseguiu na Justiça uma decisão que impediu o cancelamento de sua matrícula, permitindo que concluísse o curso e colasse grau em fevereiro de 2024.
O valor da indenização foi definido em um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre a médica, o Ministério Público Federal e a própria universidade. O acordo prevê o pagamento em 100 parcelas mensais de R$ 7,2 mil, com início em janeiro de 2026 e correção anual pela inflação.
Os recursos serão destinados ao financiamento de bolsas de estudo para alunos negros do curso de Medicina que ingressarem pelo sistema de cotas, além de apoiar o curso de Letramento Racial oferecido pela Unirio. Parte da reparação vai custear diretamente essa formação, que a própria médica também será obrigada a frequentar. O curso prevê 45 horas teóricas e 15 horas práticas, em aulas síncronas, com avaliação de trabalhos e exigência de frequência mínima de 75%.
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A Lei de Cotas, em vigor desde 2012, estabelece que 50% das vagas em universidades federais devem ser destinadas a estudantes de escolas públicas, com percentual reservado segundo critérios étnico-raciais. O caso de Mariana Lobo voltou a destacar a importância da fiscalização e do cumprimento dessas regras.
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