INVESTIGAÇÃO
Mais um PM é preso suspeito de estuprar indígena em delegacia
Com essa nova prisão, o número de detidos sobe para cinco
Por Redação

Mais um policial militar foi preso por envolvimento no caso de estupro de uma mulher indígena da etnia Kokama, de 29 anos, enquanto ela estava sob custódia na delegacia de Santo Antônio do Içá, interior do Amazonas.
A prisão mais recente ocorreu no município de Tabatinga, como parte dos mandados expedidos pelo Ministério Público do Amazonas (MPAM), em operação conjunta com a Polícia Militar do Amazonas (PMAM). Com a nova prisão, o número de detidos sobe para cinco agentes, entre policiais militares e um guarda municipal. Apenas um policial militar segue foragido.
As autoridades informaram que as diligências seguem para localizar o último suspeito, que pode estar participando de operações no interior do Estado.
Prisões já realizadas:
- Tabatinga: 2 policiais militares
- Manaus: 1 policial militar
- Santo Antônio do Içá: 1 policial militar e 1 guarda municipal
A PM do Amazonas informou, por meio de nota, que está colaborando com as investigações conduzidas pelo MPAM e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). A corporação declarou que abriu processos administrativos, afastou os envolvidos de funções operacionais e recolheu as armas funcionais dos suspeitos. A PM também reforçou que repudia qualquer ato ilegal e que não compactua com a violência denunciada.
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Detalhes do caso
Os crimes ocorreram entre novembro de 2022 e agosto de 2023, enquanto a vítima estava detida em condições degradantes na delegacia de Santo Antônio do Içá. Segundo o MP, os abusos sexuais ocorreram durante as noites, muitas vezes de forma coletiva. A mulher estava acompanhada do filho recém-nascido, que presenciou os atos, o que agrava ainda mais a gravidade dos crimes.
Em depoimento recente aos promotores, a vítima relatou ter sido submetida a humilhações, constrangimentos e abusos, sem receber qualquer tipo de assistência médica, psicológica ou jurídica.
O processo corre sob segredo de Justiça, para proteger a identidade da vítima e garantir o avanço das investigações sem interferência. Mesmo após a transferência da mulher para o presídio feminino em Manaus, alguns dos suspeitos teriam tentado intimidar a família da vítima ao irem até a casa da mãe dela em Santo Antônio do Içá.
Além de estupro de vulnerável e estupro qualificado, os suspeitos também são investigados por tortura e abuso de autoridade.
Pedido do MP
O Ministério Público considera que os investigados, mesmo após as denúncias, seguem armados e exercendo funções públicas, o que representa risco à segurança da vítima, à sua família e à instrução do processo penal. Diante disso, o MP requereu à Justiça:
Afastamento dos investigados das funções públicas
Suspensão do porte de arma
Prisão preventiva dos suspeitos foragidos
As investigações seguem sob a responsabilidade do Gaeco e do MP do Amazonas, com apoio das forças policiais locais.
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