DEMISSÃO EM MASSA
Itaú demite mais de mil funcionários que trabalham em home office
Instituição financeira identificou inatividades nas plataformas e registros de ponto dos trabalhadores

Por Carla Melo

Cerca de mil funcionários que trabalhavam em regime híbrido ou integralmente remoto no banco Itaú foram demitidos sem aviso prévio, segundo o Sindicato dos Bancários. De acordo com a instituição financeira, a medida foi tomada devido à baixa produtividade.
Ainda segundo a instituição financeira, as demissões em massa ocorreram após serem detectadas inatividades nas plataformas e registros de ponto dos trabalhadores. Em alguns casos, períodos de quatro horas ou mais de suposta ociosidade.
“No entanto, consideramos esse critério extremamente questionável, já que não leva em conta a complexidade do trabalho bancário remoto, possíveis falhas técnicas, contextos de saúde, sobrecarga, ou mesmo a própria organização do trabalho pelas equipes”, critica o diretor do Sindicato e bancário do Itaú, Maikon Azzi.
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Os bancários demitidos atuavam no Centro Tecnológico (CT), CEIC e Faria Lima. O banco havia informado que os empregados estavam sendo monitorados há mais de seis meses quando foi detectada "baixa aderência ao home office". O sindicato entretanto disse em nota que os trabalhadores foram dispensados sem qualquer advertência prévia e sem qualquer diálogo com a entidade, “num claro desrespeito aos bancários e à relação com o movimento sindical”.
Sindicato aponta falta de diálogo
O dirigente critica ainda a forma como foram feitas as demissões. “O mais grave, porém, é a forma arbitrária e desumana com que essas demissões ocorreram. Não houve qualquer diálogo prévio com os trabalhadores nem com as entidades sindicais. Ou seja, mesmo com seis meses de monitoramento, não houve qualquer tentativa de diálogo pelo banco, não houve advertência, feedback ou qualquer outra sinalização para a correção de condutas, e nem mesmo oportunidade para que os empregados pudessem se defender”.
O Sindicato afirmou que já contatou o banco e pediu explicações. “Seguiremos exigindo que o Itaú se manifeste com uma justificativa plausível e responsável para essas demissões e que os direitos dos trabalhadores sejam respeitados”, informa Maikon.
Veja a íntegra da nota do Itaú
“O Itaú Unibanco realizou hoje desligamentos decorrentes de uma revisão criteriosa de condutas relacionadas ao trabalho remoto e registro de jornada. Em alguns casos, foram identificados padrões incompatíveis com nossos princípios de confiança, que são inegociáveis para o banco. Essas decisões fazem parte de um processo de gestão responsável e têm como objetivo preservar nossa cultura e a relação de confiança que construímos com clientes, colaboradores e a sociedade.”
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