SALVADOR
Dono de quiosque diz que queda de galhos prejudicou estrutura; Seman aguarda perícia

Por Andrezza Moura

Tragédia anunciada! Foi assim que Valter Peravvo, um dos proprietários do Beiju do Paço, que fica no largo de Santana, no bairro Rio Vermelho, em Salvador, classificou o desabamento da barraca, na noite da quinta-feira, 26. Na ocasião, a irmã dele, uma funcionária, um cliente e um morador em situação de rua ficaram feridos sem gravidade.
Agentes do Corpo de Bombeiros e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) realizaram os primeiros-socorros ainda no local e depois encaminharam as vítimas para o Hospital Geral do Estado (HGE), onde foram atendidos em seguida, liberados. "O importante é que estão todos bem", reafirmou Valter.
De acordo com ele, o desabamento só aconteceu porque a estrutura de madeira onde a barraca ficava abrigada estava bastante danificada. Ainda segundo Valter, a alicerce foi danificado após ser atingido galhos de uma árvore. "A árvore era sempre podada, mas como a pandemia, deixaram de podar. Aí, ela [árvore] se deitou [caiu] na barraca. Desde junho, procuramos vários órgãos da prefeitura, levamos cartas e solicitamos a poda. Entramos em contato com o 156, Seman [Secretaria de Manutenção] e a Defesa Civil [Codesal], mas só apareceram, poucos dias antes da eleição, mas a estrutura já estava comprometida", explicou o proprietário.
Valter revelou que o Beiju do Paço funciona no Largo de Santana, há 17 anos, e que com a reforma do Rio Vermelho foram relocados para o quiosque que caiu. "Já estávamos mudando de barraca, íamos sair de qualquer jeito. Já estávamos vendo que não estava seguro", contou ele, afirmando que a família paga uma taxa à prefeitura para trabalhar no local. "É uma concessão da prefeitura", concluiu.
Em nota, a assessoria da Seman informou que aguarda o laudo da Codesal para entender o que de fato aconteceu. "A Secretaria de Manutenção (Seman) está aguardando a conclusão da perícia (laudo pericial) da Defesa Civil de Salvador (Codesal) para esclarecimento do ocorrido.
Em 12/11 foi realizada a poda de um vegetal de pequeno porte, no Largo de Santana, Rio Vermelho, atendendo à solicitação da permissionária do quiosque, sendo feita a retirada de alguns galhos que tocavam o telhado".
Em outro trecho da nota, o órgão toma como base uma fotografia e explica que, quando foi realizado o serviço a estrutura já apresentava problemas. "Na imagem em anexo, que apresenta a execução do serviço, podemos observar que a estrutura já estava envergada, com desalinhamento dos pilares e que, após a poda, o vegetal não estava em contato com a mesma", afirmou.
A Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop) também se pronunciou por meio de nota e disse: " que cabe ao permissionário a manutenção do equipamento licenciado, conforme o Decreto Municipal nº 12.016, de 8 de junho de 1998. Isso vale para todas as barracas e equipamentos públicos construídos pela Prefeitura e licenciados para exploração de permissionários".
Procurado pela reportagem, o diretor-geral da Codesal, Sosthenes Macêdo, orientou que procurar a Secretaria Municipal de Comunicação (Secom).
Conforme a assessoria da Seman, após a retirada da estrutura danificada que oferecia riscos à população, a área foi limpa por agentes da Limpurb, isolada e teve a rede elétrica desligada.
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